Mercado de trabalho com Porta Aberta para pessoas em situação vulnerável

Projecto quer preparar, dar oportunidades e acompanhar a entrada destas pessoas no mercado de trabalho. Associação Bairros irá gerir o Porta Aberta num edifício cedido pela câmara, em Xabregas.

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Projecto visa apoiar a entrada no mercado de trabalho a pessoas em situações vulneráveis

Com o objectivo de apoiar a empregabilidade de pessoas em situações mais vulneráveis, como toxicodependentes, sem-abrigo e migrantes (mesmo com situação documental irregular), nasceu o Porta Aberta, uma iniciativa conjunta da câmara de Lisboa e várias organizações sociais da cidade. A ideia é apoiar estas pessoas antes, durante e depois da entrada no mercado de trabalho. O projecto-piloto foi apresentado, esta quinta-feira, no edifício n.º 89 da Rua Gualdim Pais, em Xabregas, que foi completamente requalificado para albergar a iniciativa.

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Com o objectivo de apoiar a empregabilidade de pessoas em situações mais vulneráveis, como toxicodependentes, sem-abrigo e migrantes (mesmo com situação documental irregular), nasceu o Porta Aberta, uma iniciativa conjunta da câmara de Lisboa e várias organizações sociais da cidade. A ideia é apoiar estas pessoas antes, durante e depois da entrada no mercado de trabalho. O projecto-piloto foi apresentado, esta quinta-feira, no edifício n.º 89 da Rua Gualdim Pais, em Xabregas, que foi completamente requalificado para albergar a iniciativa.

Tendo em vista a entrada directa no mercado de trabalho ou até a possibilidade de criação de auto-emprego, o projecto prevê ainda outras modalidades para permitir a entrada no mundo do trabalho, como estágios de integração, funções desenhadas às capacidades de cada um e ainda actividades ocupacionais.

Desde ajudar no preenchimento de currículos até à preparação dos comportamentos e linguagem a adoptar numa entrevista de trabalho, o Porta Aberta compromete-se a formar as pessoas nesse sentido. “Muitas ainda pensam que é através do jornal que se encontra trabalho”, disse João Santa Maria, coordenador do Grupo de Activistas em Tratamentos (GAT). Além disso, o Porta Aberta pretende apoiar também os trabalhadores naquilo que será o cumprir da sua tarefa e nas relações com os próprios colegas de trabalho, acompanhando assim o seu desenvolvimento.

Já o vereador Manuel Grilo, do Bloco de Esquerda, acredita que “os problemas sociais precisam de respostas integradas e inovadoras”. Neste caso, considera que a Porta Aberta será um projecto importante para combater a desigualdade, tornando-se “o primeiro passo para restituir autonomia e independência financeira” e assim permitir a criação de condições de vida. A câmara já garantiu que vai disponibilizar 200 vagas nos seus serviços para acolher algumas destas pessoas abrangidas pelo projecto.

João Santa Maria deu ainda a sua perspectiva, não só como parceiro do Porta Aberta, mas como alguém que já passou pela mesma situação. “Foi quando deixei de trabalhar que a vida se tornou um caos”, admitiu. Actualmente coordenador do GAT, João Santa Maria considerou que “falta compreensão e oportunidades”. Apesar de saber que “não se vai acabar com o problema”, o coordenador do GAT acredita que o Porta Aberta “vai ser uma mudança na vida de muitas pessoas”.

Para abrir a porta do mundo do trabalho a estas pessoas pretende-se testar uma “metodologia de encontro”, juntando “especialistas da área da empregabilidade e técnicos com experiência tratar com pessoas nestas situações”, esclareceu Américo Nave, director executivo da Associação Crescer, uma das entidades parceiras.

A Associação Bairros, que congrega a Associação Crescer, a Associação Renovar a Mouraria e a Impact Hub Lisboa, estará encarregue da gestão da iniciativa. Juntar-se-ão no mesmo espaço, permitindo “reunir o know how e os esforços” das entidades envolvidas, referiu Américo Nave. O edifício que receberá o Porta Aberta foi escolhido porque já era da Câmara Municipal de Lisboa e, pela sua localização, permite “trabalhar com proximidade do centro de acolhimento do Beato, que apoia mais de 300 pessoas em situação de sem-abrigo”, justificou Américo Nave.

Texto editado por Ana Fernandes