A bola foi do Sp. Braga, a eliminatória foi do Rangers
Minhotos ainda sobreviveram a um penálti, mas acabaram mesmo derrotados, em casa. Escoceses estão nos oitavos-de-final.
O Sp. Braga está fora das competições europeias. Depois de uma fase de grupos brilhante, os minhotos caíram nos 16 avos-de-final da Liga Europa, limitando-se a confirmar, em casa, a derrota sofrida há uma semana, em Glasgow (3-2). Desta vez, o Rangers impôs-se por 0-1, mostrando trabalho de casa e uma abordagem realista que, em momentos-chave, mostrou ao adversário as virtudes de entregar a iniciativa de jogo.
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O Sp. Braga está fora das competições europeias. Depois de uma fase de grupos brilhante, os minhotos caíram nos 16 avos-de-final da Liga Europa, limitando-se a confirmar, em casa, a derrota sofrida há uma semana, em Glasgow (3-2). Desta vez, o Rangers impôs-se por 0-1, mostrando trabalho de casa e uma abordagem realista que, em momentos-chave, mostrou ao adversário as virtudes de entregar a iniciativa de jogo.
Não se pode dizer que Rúben Amorim não tenha tentado uma sorte diferente. Arriscou o treinador português no arranque da segunda parte, quando trocou o central Raúl Silva pelo extremo Galeno (53'), construindo uma defesa a três com o lateral esquerdo Sequeira do lado direito; mostrou mais ousadia pouco depois do golo sofrido, abdicando de outro central (David Carmo) para lançar o avançado Abel Ruiz - desta feita, a defesa a três foi formada por Esgaio, Bruno Viana e Sequeira.
Este foi já o plano C do Sp. Braga num jogo em que raramente sentiu o conforto necessário para impor o seu futebol. Mérito de um Rangers que, disposto em 4x3x3, teve como prioridade fechar o espaço interior e explorar a profundidade no ataque, quase sempre com o corredor central como casa de partida. Foi assim que causou problemas ao adversário, logo aos 9’, quando Kamberi surgiu isolado para perder o frente a frente com Matheus.
O guarda-redes bracarense, de resto, brilhou ainda mais em cima do intervalo, quando o árbitro assinalou grande penalidade por mão na bola de Raul Silva, na sequência de um canto. Hagi, que tinha marcado dois golos no encontro do Ibrox Stadium, bateu forte e puxado, mas viu Matheus fazer uma defesa tremenda.
Estavam dados os avisos. Se o Sp. Braga - a quem um 1-0 bastava para seguir em frente - queria ferir o adversário, tinha de arquitectar algo mais do que atrair na direita para libertar Sequeira no corredor contrário para os cruzamentos. É verdade que foi assim que Paulinho ameaçou a baliza de McGregor, aos 26’, mas a solidariedade de Hagi sem bola e o rigor posicional de Scott Arfield e Tavernier contribuíram para anular réplicas desta jogada.
Os minhotos tinham mais bola, comandavam o jogo e obrigavam o Rangers a bascular continuamente, mas a equipa comandada por Steven Gerrard mantinha o bloco fechado a sete chaves e era dona e senhora do jogo aéreo. A excepção? Um cabeceamento de Paulinho que ainda raspou no poste, aos 71’, após cruzamento de João Novais. O resto foram quase só bolas bombeadas para a área graças aos desequilíbrios provocados por Trincão e Galeno.
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Mesmo sem Alfredo Morelos, o goleador-mor da artilharia escocesa, cada investida à área do Sp. Braga era sinónimo de perigo. O golo surgiu aos 61’, por Ryan Kent, em mais um lance de ataque à profundidade (passe tremendo de Hagi para as costas de Sequeira), e a bola voltaria mesmo a entrar na baliza de Matheus na sequência de um canto. Havia, porém, posição irregular na altura da finalização e os anfitriões continuaram à procura do empate até final. Muitas vezes com Ruiz, Ricardo Horta e Paulinho na zona central, com Fransérgio e Novais na cabeça da área prontos para a meia distância.
Impassível perante o assédio dos portugueses, o Rangers manteve o guião até final. Linhas bem juntas, agressividade nos duelos e saídas incisivas nas transições ofensivas rápidas, mas com pouca gente, para acautelar o momento da perda. O Sp. Braga continuou a tentar e a embater na muralha. Até cair derrotado, afastado de uma prova em que chegou a ter o estatuto de sensação.