Corrida à sucessão de Merkel ganha mais dois candidatos
Armin Laschet, que governa o estado mais populoso da Alemanha, está mais ao centro. O antigo líder parlamentar da CDU é um velho rival da chanceler que pretende levar o partido mais para a direita.
O chefe do governo regional da Renânia do Norte-Vestefália, Armin Laschet, e o ex-líder parlamentar dos conservadores Friedrich Merz anunciaram esta terça-feira que são candidatos à liderança da União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler Angela Merkel.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O chefe do governo regional da Renânia do Norte-Vestefália, Armin Laschet, e o ex-líder parlamentar dos conservadores Friedrich Merz anunciaram esta terça-feira que são candidatos à liderança da União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler Angela Merkel.
Os dois, figuras destacadas do partido, juntam-se a Norbert Röttgen, 54 anos, ex-ministro do Ambiente e presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros da câmara baixa do parlamento (Bundestag), o primeiro a anunciar a candidatura, há uma semana.
Jens Spahn, o ministro da Saúde, que era apontado como potencial candidato, anunciou que apoia a candidatura de Laschet.
Depois da estrondosa derrota nas eleições de Hamburgo, o partido anunciou na segunda-feira a convocação de um congresso extraordinário para 25 de Abril, em Berlim, para escolher o sucessor de Annegret Kramp-Karrenbauer, que se demitiu a 10 de Fevereiro, da liderança do partido e como candidato a chanceler nas eleições federais previstas para Outubro de 2021,
Escolhida como sucessora de Merkel em Dezembro de 2018, AKK, como é conhecida, enfrentou um partido em crise, acentuada por uma série de derrotas em eleições regionais, que culminou com o “caso Turíngia”, em que a CDU daquele estado do leste da Alemanha desafiou as suas instruções e rompeu o cordão sanitário contra a extrema-direita, aceitando colaborar com a Alternativa para a Alemanha (AfD) para afastar o partido Die Linke do governo regional.
A mulher que Angela Merkel indicara para a suceder, depois de anunciar em 2018 que não se recandidatava ao cargo de chanceler que exerce desde 2005, teve uma vida curta na liderança dos conservadores alemães.
Armin Laschet, 59 anos, que lidera a CDU no estado mais populoso da Alemanha, é identificado com a ala centrista, de Merkel, e assegurou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que quer unir o partido, e o país, “com políticas concretas” para os jovens e os idosos, para as cidades e as zonas rurais, para o presente e o futuro. Defendeu ainda uma Alemanha que assuma a “sua responsabilidade” na Europa, trabalhando para uma União Europeia “capaz e autónoma”.
Friedrich Merz, 64 anos, um antigo rival de Merkel que tem estado afastado da primeira linha da política, é considerado muito conservador e apresenta-se como o candidato da “ruptura e da renovação”, por oposição a Laschet, que qualificou de “candidato da continuidade”.
Criticou a a actuação do Executivo de coligação entre a CDU e os sociais-democratas (SPD), “uma carga” para as próximas gerações, e defendeu que a CDU deve continuar a ser “o partido da Europa” na Alemanha.