Fillon e a sua mulher começam a ser julgados por desvio de fundos públicos
O ex-primeiro-ministro francês e candidato derrotado nas presidenciais em que Emmanuel Macron foi eleito responde por corrupção, por ter pago durante anos à mulher, Penelope, como assistente parlamentar.
O julgamento do ex-primeiro-ministro francês François Fillon e da sua mulher Penelope, devido a um escândalo de empregos fictícios na Assembleia Nacional, que arruinou a sua candidatura à presidência da República em 2017 e abriu caminho à vitória de Emmanuel Macron, inicia-se nesta segunda-feira.
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O julgamento do ex-primeiro-ministro francês François Fillon e da sua mulher Penelope, devido a um escândalo de empregos fictícios na Assembleia Nacional, que arruinou a sua candidatura à presidência da República em 2017 e abriu caminho à vitória de Emmanuel Macron, inicia-se nesta segunda-feira.
Durante anos, Fillon, que foi primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, empregou a sua mulher como assistente parlamentar entre 1992 e 2002, sem que esta tenha feito trabalho algum. A denúncia foi feita pelo semanário Le Canard Enchaîné e gerou uma tempestade em França. O ordenado bruto de Penelope Fillon quando foi foi assistente parlamentar do marido entre 1998 e 2002 era de 3900 euros, e quando regressou ao cargo, durante seis meses, era de 4600 euros. Entre 2002 e 2007, enquanto Fillon foi ministro, ela foi assistente do deputado que a substituiu, Marc Joulaud - e que volta a ser candidato nas eleições municipais desde ano, em Março.
No total, a esposa de Fillon terá recebido indevidamente do erário público 1.054.000 euros. O Parlamento francês pretende agora pedir uma indemnização nesse valor, disse à Reuters o advogado da Assembleia Nacional, Yves Claisse.
Fillon, que manteve a sua candidatura à presidência pela formação de direita Os Republicanos, apesar de muitos no partido lhe implorarem que se afastasse – foi eliminado à primeira volta – continua a negar que a sua mulher fosse paga sem trabalhar. “Ela geria o meu círculo eleitoral e o meu correio, e editava os meus discursos. Era o membro mais importante da minha equipa… Vou apresentar provas durante o julgamento”, assegurou, numa entrevista ao canal televisivo France 2.
A acusação de desvio de fundos públicos pode implicar uma pena até dez anos de prisão e uma multa de um milhão de euros. A mulher de Fillon é acusada de cumplicidade no desvio de fundos públicos e ocultação desses fundos.