FMI considera que novo coronavírus põe em risco recuperação económica mundial

A directora-geral do FMI considera pediu cooperação internacional para a contenção do Covid-19, tanto ao nível do impacto humano, como económico.

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Georgieva falou sobre o Covid-19 nas declarações finais da reunião do G20, em Riade, na Arábia Saudita Reuters/AHMED YOSRI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que o surto do novo coronavírus (Covid-19) coloca em risco a recuperação económica mundial e manifestou disponibilidade para ajudar financeiramente os países mais pobres e vulneráveis.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que o surto do novo coronavírus (Covid-19) coloca em risco a recuperação económica mundial e manifestou disponibilidade para ajudar financeiramente os países mais pobres e vulneráveis.

“Acima de tudo, o vírus Covid-19 é uma tragédia humana, mas também tem impacto económico negativo. Relatei ao G20 que, mesmo no caso de rápida contenção do vírus, o crescimento na China e no resto do mundo seria afectado. Obviamente que todos esperamos uma recuperação rápida, mas, dada a incerteza, seria prudente prepararmo-nos para cenários mais adversos”, disse a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva nas declarações finais da reunião dos ministros das Finanças e de governadores de bancos centrais do G20, que decorreu este fim-de-semana em Riade, na Arábia Saudita. 

Georgieva sublinhou que o surto do novo coronavírus interrompeu a actividade económica na China e poderá colocar em risco a sua recuperação. A directora-geral do FMI considera, por isso, fundamental a cooperação internacional para a contenção do Covid-19, tanto ao nível do impacto humano, como económico.

“Precisamos de trabalhar juntos para conter o Covid-19, especialmente se o surto se mostrar mais persistente e generalizado”, frisou Georgieva. Nesse sentido, sublinhou que o FMI “está pronto para ajudar”, nomeadamente através do Fundo de Contenção e Ajuda em Catástrofes, para “fornecer subsídios para o alívio da dívida de membros mais pobres e vulneráveis”.

Na reunião de Riade foram também discutidos outros riscos e desafios que exigem soluções globais, como os altos níveis de dívidas em países e empresas, alterações climáticas, crescimento lento e inflação baixa.

“Além das políticas a nível nacional, muitos desafios são globais e exigem soluções globais. Discutimos vários deles em Riade, incluindo a solução de desafios tributários que surgem da digitalização da economia, fortalecimento da transparência e sustentabilidade da dívida e a construção de um sistema financeiro mais aberto e resiliente”, afirmou a directora-geral do FMI.

Kristalina Georgieva considerou ainda que é necessário cooperação para reduzir “a incerteza sobre o comércio global” e que o mundo deve colaborar para aumentar a mitigação e a adaptação às alterações climáticas.

“O Covid-19 é um forte lembrete das nossas interconexões e da necessidade de trabalharmos juntos. Nesse sentido, o G20 é um fórum importante para ajudar a colocar a economia global numa base mais sólida”, concluiu a directora-geral do FMI na declaração final da reunião de Riade.

Desde que foi detectado no final do ano passado, na China, o coronavírus Covid-19 provocou 2.467 mortos e infectou mais de 78 mil pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afectada pela epidemia.