Roménia será o quarto mercado da Jerónimo Martins

Decisão sobre o novo destino já está tomada e assinala a nova etapa de expansão da área alimentar do grupo dono do Pingo Doce e da Biedronka. Com a rede polaca de drogarias Hebe, a entrada é já este ano, na República Checa e Eslováquia

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LUSA/Inácio Rosa

O grupo de distribuição Jerónimo Martins (JM) já decidiu que a Roménia estará no plano estratégico de 2020-2025, afirmou esta sexta-feira, Pedro Soares do Santos.

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O grupo de distribuição Jerónimo Martins (JM) já decidiu que a Roménia estará no plano estratégico de 2020-2025, afirmou esta sexta-feira, Pedro Soares do Santos.

“A Roménia vai estar de certeza” no novo plano estratégico para os próximos cinco anos, afirmou o presidente e administrador-delegado da JM, que se escusou todavia a adiantar a data precisa de entrada num quarto mercado. Mas partilhou mais uma meta, a de atingir o patamar de 20 mil milhões de euros de vendas consolidadas “este ano - se não chegarmos havemos de ficar na fronteira”, face aos 18,6 mil milhões de euros em 2019. 

Até lá, a expansão além de Portugal (onde detém o Pingo Doce desde 1985, hoje em parceria com os holandeses da Ahold Delhaize), da Polónia (onde controla a Biedronka desde 1995) e da Colômbia (onde lançou a Ara em 2013) passa pela República Checa e Eslováquia. E será feita através da rede de parafarmácias polaca Hebe, já em 2020. Também aqui os valores de investimento e número previsto de abertura de lojas não foram revelados. 

Accionistas 50% - trabalhadores 30%

Cotada na praça lisboeta, a JM apresentou esta sexta-feira os resultados de 2019: consolidou vendas de 18,6 mil milhões de euros (mais 7,5%), lucrou 433 milhões de euros (mais 7,9%) e registou resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 1045 milhões de euros. 

Dos 433 milhões de euros, 50% serão distribuídos em dividendos aos accionistas (216,8 milhões de euros a 34,5 cêntimos por cada título da JM, em termos brutos). É essa a proposta do conselho de administração, que vai ainda recomendar à assembleia-geral de accionistas, a realizar no próximo dia 16 de Abril, que outros “30% dos lucros” vão para “pagamento de prémios” a alguns dos 115.428 colaboradores que a holding tem em Portugal, na Polónia e na Colômbia. Serão 137 milhões de euros a distribuir em prémios este ano, relativos a 2019 (um aumento de 24% face ao exercício anterior), contabilizou o grupo.  

Mercadona com “efeito positivo”

O grupo dono de 441 super e hipermercados Pingo Doce e 42 unidades grossistas Recheio, que - juntamente com o Continente da Sonae (grupo dono do PÚBLICO) - passou desde 2019 a ter a concorrência acrescida da espanhola Mercadona no território português não se sente, para já, pressionado. 

A vinda da Mercadona para Portugal teve “um efeito muito positivo” nas lojas Pingo Doce, afirmou Pedro Soares dos Santos, na conferência de imprensa para explicar os resultados de 2019 e perspectivas para 2020. “Não pretendo desvalorizar a Mercadona”, fez questão em sublinhar, mas “foi muito bom ter vindo”, reafirmou, porque “obrigou as lojas Pingo Doce a crescer”, nomeadamente as que estavam mais próximas das 10 unidades que o grupo valenciano já detém em Portugal. Recorde-se que a expansão no território português do grupo liderado por Juan Roig passa por mais 10 lojas em território continental português este ano.  

De resto, Pedro Soares doa Santos garantiu aos jornalistas que não houve pressão acrescida, quer nos salários quer na relação com os fornecedores, decorrente da entrada da Mercadona em Portugal. 

As acções da JM seguiam, após a conferência de imprensa, a subir 2,30%, para 17,23 euros.