Benfica condena “deplorável acto de racismo” contra Marega

Bruno Lage, treinador das “águias”, acredita que este é o momento certo sobre reflectir sobre o racismo no desporto.

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Clube da Luz abordou episódio na newsletter REUTERS/CARL RECINE

O Benfica condenou, na tarde desta quarta-feira, os insultos e cânticos racistas de que Moussa Marega, jogador maliano do FC Porto, foi alvo na partida frente ao Vitória de Guimarães, no passado domingo. O emblema da Luz classificou o episódio como um “deplorável acto de racismo” de que o avançado foi vítima.

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O Benfica condenou, na tarde desta quarta-feira, os insultos e cânticos racistas de que Moussa Marega, jogador maliano do FC Porto, foi alvo na partida frente ao Vitória de Guimarães, no passado domingo. O emblema da Luz classificou o episódio como um “deplorável acto de racismo” de que o avançado foi vítima.

Na sua newsletter, as “águias” relembram que, juntamente com a Fundação Benfica, o combate ao racismo é uma “causa prioritária”, fazendo referência a declarações proferidas pelo presidente do clube, Luís Filipe Vieira, em Outubro de 2018, durante o lançamento de uma iniciativa pela igualdade junto da UEFA.

“O Sport Lisboa e Benfica fez questão de se associar à campanha #EqualGame da UEFA porque a nossa história, como instituição de referência desportiva em Portugal, no resto da Europa e mundo, acolhe múltiplos exemplos e tem tudo a ver com os valores de inclusão, de diversidade e de acessibilidade que esta iniciativa promove e que estão inscritos na nossa identidade”.

Reconhecendo como uma das principais forças o facto de o clube ser um “espaço aberto, popular e diversificado de talento”, o clube da Luz relembram o maior símbolo da história do Benfica, o antigo internacional português Eusébio da Silva Ferreira.

"Momento certo para reflectir”, afirma Bruno Lage

O treinador do Benfica afirmou esta quarta-feira que a situação vivida pelo futebolista do FC Porto Moussa Marega em Guimarães “não é apenas de racismo, mas mais de civismo” e salientou que “este é um momento para se reflectir”.

“Não é apenas uma situação de racismo, mas mais de civismo. Há tanta gente que gosta de futebol e, depois, alguns de nós, andam no futebol, mas não gostam de futebol. Temos de olhar para isto com sentido de responsabilidade tremendo”, começou por dizer Bruno Lage, em conferência de imprensa.

O técnico do Benfica falava na antevisão do jogo com o Shakhtar Donetsk, da primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa, mas não se coibiu de pedir a palavra já depois de encerrada a sessão de perguntas dos jornalistas para abordar a situação vivida pelo avançado maliano, no domingo.

“Não é só esta situação do Marega, mas tudo o que se vai vivendo. Parece perfeitamente natural ou normal um estádio cheio chamar nomes a um árbitro ou a um treinador. Nunca se pensou nisso, até ao momento em que o mundo parou para pensar nisto”, observou.

De resto, Bruno Lage foi peremptório quanto ao papel que todos os intervenientes no futebol devem ter: “Este caso não é único. Todos nós, os intervenientes no futebol, temos de nos juntar, porque juntos somos mais fortes. Temos um poder muito mais forte do que pensamos, para tentar transmitir bons valores. Este seria um bom momento para reflectirmos sobre isto.”

No domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, durante o jogo entre Vitória de Guimarães e FC Porto, o avançado maliano Moussa Marega abandonou o relvado após ser alvo de insultos racistas por parte dos adeptos da equipa local.

Vários jogadores de ambas as equipas tentaram demovê-lo, mas Marega, que já alinhou no Vitória e tinha marcado o segundo golo dos “azuis e brancos”, mostrou-se irredutível e abandonou mesmo o relvado aos 71 minutos (sendo substituído por Manafá), depois de o jogo, que o FC Porto venceu por 2-1, ter estado interrompido cerca de cinco minutos.