Coronavírus: Rússia proíbe entrada de chineses no seu território

O Governo russo defendeu a decisão com o “deteriorar da situação epidemiológica na China e da continuada presença de cidadãos chineses em território russo”. A medida entra em vigor esta quinta-feira.

Foto
A medida permite no entanto a cidadãos chineses fazerem escala nos aeroportos russos ALEX PLAVEVSKI/LUSA

A Rússia vai proibir a entrada a todos os cidadãos chineses a partir desta quinta-feira para impedir a propagação do novo coronavírus, anunciou o gabinete da vice-primeira-ministra russa, Tatiana Golikova. Os russos são os primeiros a fazê-lo num momento em que já se registaram casos positivos em pelo menos 25 países. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Rússia vai proibir a entrada a todos os cidadãos chineses a partir desta quinta-feira para impedir a propagação do novo coronavírus, anunciou o gabinete da vice-primeira-ministra russa, Tatiana Golikova. Os russos são os primeiros a fazê-lo num momento em que já se registaram casos positivos em pelo menos 25 países. 

“A entrada de todos os cidadãos chineses para viagens de trabalho, particulares, de estudo e de turismo em território russo será suspensa a partir de 20 de Fevereiro”, anunciou Golikova, responsável do Governo pela Saúde. A proibição de entrada a quem tenha estado em território chinês foi uma das medidas que muitos Estados implementaram para combater a propagação do novo coronavírus para fora da China, mas nenhum tinha até agora fechado a fronteira usando o critério da nacionalidade.

A Rússia vai deixar de aceitar, processar e emitir vistos a cidadãos chineses, apesar de a Organização Mundial de Saúde afirmar que encerrar fronteiras é ineficaz para conter a epidemia. A decisão não terá impacto nos nacionais chineses que façam escala em aeroportos russos, como é o caso do de Sheremetievo, em Moscovo, e por onde, no ano passado, passaram mais de 1,26 milhões de chineses. 

O decreto da decisão foi esta terça-feira assinado pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, por causa do “deteriorar da situação epidemiológica na China e da continuada presença de cidadãos chineses em território russo”. O novo coronavírus já infectou mais de 73 mil pessoas em pelo menos 25 países, a grande maioria na China (72 mil), e causou a morte a mais de 1800.

As autoridades russas detectaram até ao momento dois casos, referentes a dois cidadãos chineses que estavam na Sibéria. E, esta terça-feira, as análises a uma cidadã russa a bordo do cruzeiro Diamond Princess, atracado no Japão, deram positivo. 

Moscovo fechou no mês passado a fronteira de 4000 quilómetros com a China, proibiu a entrada de grupos de turistas chineses e suspendeu todos os voos de ida e vinda de território chinês operados pelas companhias aéreas russa Aeroflot e Air China. Mais tarde, retiraram os seus 300 nacionais de Wuhan, onde os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus foram detectados em Dezembro, e outros 341 da província de Hubei, também atingida pela epidemia.