Cinco meses depois da votação, Presidente Ghani declarado vencedor de eleições afegãs
Ashraf Ghani foi reeleito em eleições disputadas e marcadas por alegações de ilegalidades.
O Afeganistão declarou esta terça-feira que Ashraf Ghani foi o vencedor das eleições presidenciais, as quartas desde que os taliban foram derrubados por forças lideradas pelos Estados Unidos em 2001 – um resultado que faz temer mais agitação e violência com acusações de fraude, quando está a ser negociado um potencial acordo de paz com os taliban.
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O Afeganistão declarou esta terça-feira que Ashraf Ghani foi o vencedor das eleições presidenciais, as quartas desde que os taliban foram derrubados por forças lideradas pelos Estados Unidos em 2001 – um resultado que faz temer mais agitação e violência com acusações de fraude, quando está a ser negociado um potencial acordo de paz com os taliban.
Segundo a Comissão Eleitoral independente, Ghani venceu com 50,64% dos votos, e o seu principal rival, e antigo número dois, Abdullah Abdullah, ficou em segundo com 39,52%. Em Dezembro, a Comissão tinha anunciado resultados preliminares que davam uma curta vitória a Ghani, mas Abdullah rejeitou os resultados e pediu uma revisão.
O processo eleitoral foi marcado por alegações de fraude, problemas técnicos com dispositivos biométricos usados para votar, ataques, e outras irregularidades. Antes do anúncio dos resultados, já um porta-voz de Abdullah dizia no Twitter que não reconhecia à comissão eleitoral legitimidade para anunciar qualquer resultado.
Parece um eco de 2014, quando tanto Ghani como Abdullah disseram que havia fraudes em massa, levando os EUA a fazer o papel de mediador para um acordo que levou a que Ghani ocupasse a presidência e Abdullah fosse o seu vice.
Enquanto isto, em Doha, representantes norte-americanos e dos taliban parecem estar próximos de um acordo de paz que poderá ser anunciado em breve caso haja uma redução de violência, depois de terem chegado a acordo sobre condições para as negociações directas.
O acordo poderá abrir caminho a negociações entre a liderança política afegã e os taliban, que classificam as autoridades afegãs como “marionetas dos EUA”.