Do Real Madrid ao Tondela: mundo do futebol sai em defesa de Marega nas redes sociais

Ricardo Quaresma, Anthony Martial e Raphinha são alguns dos muitos atletas que expressaram o seu apoio a Marega. Benfica e Sporting também não tardaram a repudiar o racismo no futebol.

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Moussa Marega durante o jogo entre o V. Guimarães e o FC Porto LUSA/HUGO DELGADO

O maliano Moussa Marega abandonou este domingo o relvado do Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, poucos minutos após marcar o golo da vitória do FC Porto, perante insultos racistas vindos das bancadas. Dentro e fora de Portugal, várias personalidades do desporto-rei e clubes de futebol recorreram às redes sociais para manifestar o seu apoio a Marega e dizer “não ao racismo”.

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O maliano Moussa Marega abandonou este domingo o relvado do Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, poucos minutos após marcar o golo da vitória do FC Porto, perante insultos racistas vindos das bancadas. Dentro e fora de Portugal, várias personalidades do desporto-rei e clubes de futebol recorreram às redes sociais para manifestar o seu apoio a Marega e dizer “não ao racismo”.

O internacional português Ricardo Quaresma, que já passou pelo FC Porto e encontra-se actualmente no Kasımpaşa de Istambul, na Turquia, foi uma das mais destacadas figuras do futebol a pronunciar-se: “Também eu já fui várias vezes vítima de racismo dentro e fora de campo.”

Adrien Silva, de momento emprestado pelo Leicester City ao Mónaco, deu também o seu apoio à causa: “Qualquer acto de racismo é condenável”.

Gonçalo Paciência, internacional português formado pelo FC Porto, e que está agora no Eintracht Frankfurt, na Alemanha, publicou uma foto com Marega: “Quem distingue Raças não é Humano!”

“Adversários dentro de campo, mas unidos na luta contra o racismo”, reconhece, por sua vez, Sebastián Coates, internacional uruguaio a jogar no Sporting CP, dirigindo-se a Marega.

Éder Militão, brasileiro do Real Madrid, que passou a temporada passada no clube dos dragões, grita “irmão, estou contigo!”, apelando em hashtag a #FogoNosRacistas.

Directo do Manchester United, o internacional francês Anthony Martial manda “força ao maninho” Marega no Twitter: “Estamos juntos.”

Mangala, internacional francês no Valência, que passou pelo FC Porto de 2011 a 2014, dedica o seu “apoio total a Moussa Marega”, pois o racismo “não tem lugar no futebol e na sociedade”.

Raphinha, jogador brasileiro do francês Rennes, que já jogou pelo Vitória de Guimarães, não se poupou no repúdio com o seu post no Instagram: “Se você se doeu com essa publicação, você é racista sim, e saiba que tenho um nojo absurdo de vocês.”

O Benfica não refere o nome de Marega, mas publicou um vídeo em que se declara “sempre contra o racismo, em todos os momentos em que ele se revele”.

Já o Sporting CP foi mais explícito na sua manifestação de solidariedade para com Marega, a “repudiar qualquer acto de racismo e de preconceito social”.

Outros clubes de futebol nacionais como o SC Braga, Rio Ave FC e o CD Tondela, reafirmaram também a defesa dos valores do desporto e da dignidade humana”, dizendo “não ao racismo”.

O apoio a Marega ultrapassou fronteiras, com clubes como o alemão Borussia Dortmund, o brasileiro CR Vasco da Gama e o francês Amiens SC na linha da frente na luta contra o racismo: Enough is enough.”​

Silas, treinador do Sporting CP, garante que hoje são “todos da mesma cor”, independentemente do clube que representam, enquanto André Villas-Boas, actualmente no Olympique de Marseille, expressou também o seu repúdio pelo episódio.

Já o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, considerou “grave e condenável” os insultos racistas a Moussa Marega, referindo, em comunicado, que tais comportamentos “são intoleráveis numa sociedade aberta e evoluída” e que nenhum cidadão se pode rever “e muito menos pactuar com atitudes racistas e xenófobas”.

“Enquanto presidente da FPF, asseguro que tudo continuarei a fazer para que os adeptos que não respeitam o futebol fiquem definitivamente à porta dos estádios. Este é um combate urgente de toda a sociedade”, conclui Fernando Gomes.