“Quem é essa porcaria chamada Greenpeace?”, pergunta Bolsonaro. ONG diz que é “elogio”
As declarações do chefe de Estado brasileiro, que na quinta-feira chamou “lixo” à organização governamental, são entendidas pela Greenpeace como “um elogio” por mostrarem “o incómodo de quem destrói o meio ambiente”.
A Greenpeace Brasil lamentou que Jair Bolsonaro apresente uma “postura tão incompatível com o cargo que ocupa”. As declarações são a resposta ao Presidente brasileiro, que chamou na quinta-feira “lixo” à organização não-governamental.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Greenpeace Brasil lamentou que Jair Bolsonaro apresente uma “postura tão incompatível com o cargo que ocupa”. As declarações são a resposta ao Presidente brasileiro, que chamou na quinta-feira “lixo” à organização não-governamental.
“Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo”, disse Bolsonaro, questionado por jornalistas à saída do Palácio da Alvorada sobre a posição da Greenpeace sobre o Conselho Nacional da Amazónia.
Em comunicado, a organização diz ler nas palavras de Bolsonaro um “incómodo de quem destrói o meio ambiente” logo “um elogio” ao trabalho realizado. A reacção de Jair Bolsonaro é, pois, “mais uma” das “muitas reacções desequilibradas” que a postura crítica da Greenpeace tem causado ao longo dos 28 anos de actividade no Brasil a defender “o meio ambiente e colaborando, inclusive, com autoridades na denúncia de crimes ambientais”.
Na terça-feira, o Governo brasileiro reactivou por decreto o órgão de coordenação das políticas governamentais vinculadas aos territórios que abrigam a floresta amazónica, transferindo-o do Ministério do Ambiente para o Vice-Presidente, Hamilton Mourão, excluindo os governadores dos estados envolvidos.
“O conselho não tem plano, meta ou orçamento. Ele não anulará a política antiambiental do Governo e não tem por finalidade combater a desflorestação”, criticou terça-feira, num outro comunicado, o grupo ambientalista.
A Greenpeace tem sido várias vezes crítica das políticas ambientais do Governo brasileiro e, por isso, alvo de outras acusações. Em Outubro, Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, utilizou o Twitter para insinuar que a Greenpeace poderia ser a responsável pelo derrame de petróleo na costa do país.