Mais de 1700 profissionais de saúde contaminados com o coronavírus na China
É a primeira vez que fonte governamental chinesa divulga o número de profissionais de saúde infectados. Médicos e enfermeiros têm falta de material para combater o vírus.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu uma reacção à China depois de fontes oficiais do governo terem confirmado que mais de 1700 profissionais de saúde foram infectados pelo novo coronavírus. Há a registar pelo menos seis mortes entre estes profissionais.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu uma reacção à China depois de fontes oficiais do governo terem confirmado que mais de 1700 profissionais de saúde foram infectados pelo novo coronavírus. Há a registar pelo menos seis mortes entre estes profissionais.
Esta sexta-feira, Zeng Yixin, vice-director da Comissão Nacional de Saúde, confirmou, em declarações à Reuters, que "até ao dia 11 de Fevereiro, havia 1716 casos confirmados de coronavírus entre pessoal médico". O jornal The Guardian revela, no entanto, que o número de infectados é ligeiramente superior, estando nos 1760, apontando, ainda, seis mortes.
“Trata-se de uma informação importante porque os profissionais de saúde são a cola que segura o sistema de saúde e a resposta ao surto”, disse Tedros Adhanom, director-geral da OMS. “Precisamos de saber mais sobre esses números, incluindo o período e em que circunstâncias é que os trabalhadores de saúde ficaram doentes”, sublinhou.
Também esta sexta-feira, a Comissão Nacional de Saúde chinesa reportou 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, designado Covid-19, fixando em 1380 o número total de vítimas mortais em todo país. O número de infectados cresceu 5090, para 63.581, em toda a China continental, o que exclui Macau e Hong Kong. Em todo o mundo, há registo de 64.447 pessoas infectadas e 1384 vítimas mortais.
A revelação do número de profissionais de saúde infectados surge no mesmo dia em que o Ministério de Saúde egípcio confirmou o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no país, naquele que é o primeiro registo do caso em África.
Falta de máscaras preocupa médicos
Em Wuhan, o epicentro da infecção, além do combate ao coronavírus, os médicos enfrentam também a escassez de material médico. As poucas máscaras que existem estão a ser remendadas com fita adesiva e os óculos, que deveriam ser usados uma única vez, são partilhados entre médicos e enfermeiros, descreve o The New York Times. “É claro que estou preocupado com a possibilidade de ser infectado”, disse, ao jornal norte-americano, Cai Yi, um dos responsáveis pelo Hospital Central de Wuhan. “Mas, se nos deixarmos afectar pelo nervosismo, o que acontecerá às pessoas?”, interrogou.
Foi neste hospital que trabalhava Li Wenliang, um dos médicos chineses que tentou alertar a comunidade para o novo vírus pouco depois de aparecerem os primeiros casos de pneumonia atípica em Wuhan. O médico foi infectado pelo vírus acabando por morrer na semana passada.