Um sapato desenhado por um arquitecto? Siza Vieira e Souto de Moura aceitaram o desafio
São modelos unissexo muito versáteis que vão estar disponíveis em várias cores. O desafio foi lançado por Marta de Pinho. “Eles adoraram a ideia”, conta a empresária.
Siza Vieira e Souto de Moura estão mais habituados a projectar casas ou a desenhar objectos de mobiliário, mas, pela primeira vez, os dois conceituados arquitectos desenharam um sapato. O resultado foram duas criações unissexo muito versáteis, que estarão à venda até ao final do ano.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Siza Vieira e Souto de Moura estão mais habituados a projectar casas ou a desenhar objectos de mobiliário, mas, pela primeira vez, os dois conceituados arquitectos desenharam um sapato. O resultado foram duas criações unissexo muito versáteis, que estarão à venda até ao final do ano.
Marta de Pinho nasceu em São João da Madeira, tem “família na indústria do calçado”, conta a própria ao PÚBLICO, e estudou arquitectura. Durante vários anos trabalhou no atelier do arquitecto Eduardo Souto de Moura. Foi depois de frequentar um curso de design de calçado, que a arquitecta desafiou a colega Paula Nobre para juntas criarem O Traço, uma empresa de calçado ainda embrionária.
Surgiu então ideia de convidar Siza Vieira e Souto de Moura para desenhar um sapato, juntando a arquitectura ao design de calçado. “Eles adoraram a ideia”, conta Marta de Pinho.
Os dois arquitectos vencedores do prémio Pritzker escolheram pessoalmente todos os acabamentos e fiscalizaram a produção dos protótipos. Siza Vieira desenhou uma sandália e Souto de Moura apostou na criação de um sapato. Ambos os modelos são unissexo e vão estar disponíveis em várias cores.
Cada par destes sapatos “de autor” é produzido à mão pelos artesãos de São João da Madeira. O objectivo é que estes modelos se tornem parte da colecção “perpétua” do Traço, explica a empresária. Como são modelos exclusivos, só depois de feita a encomenda, é que começam a ser produzidos, acrescenta.
O calçado de Siza Vieira e Souto de Moura deverá estar à venda na página do Traço até ao final do ano. Posteriormente poderão ser encontrados em museus. A responsável pelo projecto não quis revelar ao PÚBLICO o valor de cada uma das peças.
No futuro, a marca pretende desafiar outros arquitectos a juntaram-se ao desafio de conjugar a arquitectura com a indústria do calçado.
Texto editado por Bárbara Wong