A palavra gera acção, lembra-nos Cláudia Dias

Na continuação da série Sete Anos Sete Peças, a coreógrafa estreia no São Luiz, Lisboa, Quinta-Feira — Abracadabra (em Abril será a vez dos Dias da Dança, no Porto). Reivindica o poder transformador da palavra.

Foto
Alípio Padilha

O ponto de partida para cada uma das criações de Cláudia Dias inscritas no ciclo Sete Anos Sete Peças é sempre o mesmo: o zero. Ou, pelo menos, aquilo que mais se possa aproximar do zero enquanto ausência de ideias prévias daquilo que pode ser construído no encontro com um/a outro/a artista — convidado/a pela coreógrafa para partilhar a construção e a interpretação desse novo objecto. Por isso, o ponto de partida é este: dois corpos frente a frente, olhos nos olhos, sem pistas de como lidar com a situação, naquilo a que Cláudia Dias chama “um dispositivo de espera”. Em Segunda-Feira — Atenção à Direita, esboçou-se um confronto com Pablo Fidalgo Lareo; em Terça-Feira — Tudo o que É Sólido Dissolve-se no Ar, encontrou um olhar comum com Luca Bellezze sobre o absurdo ditado pelas fronteiras; em Quarta-Feira — O Tempo das Cerejas, abriu uma cratera com Igor Gandra para questionar o lugar para onde se esvai toda a responsabilidade ocidental pelos conflitos armados no resto do mundo. Agora, em Quinta-Feira — Abracadabra (de 13 a 16 de Fevereiro, Teatro São Luiz, Lisboa, a 23 e 24 de Abril no Teatro do Bolhão, Porto, no âmbito dos Dias da Dança), Cláudia colocou-se diante da artista basca Idoia Zabaleta e alimentou a espera com frases retiradas de Ecologia, romance de Joana Bértholo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O ponto de partida para cada uma das criações de Cláudia Dias inscritas no ciclo Sete Anos Sete Peças é sempre o mesmo: o zero. Ou, pelo menos, aquilo que mais se possa aproximar do zero enquanto ausência de ideias prévias daquilo que pode ser construído no encontro com um/a outro/a artista — convidado/a pela coreógrafa para partilhar a construção e a interpretação desse novo objecto. Por isso, o ponto de partida é este: dois corpos frente a frente, olhos nos olhos, sem pistas de como lidar com a situação, naquilo a que Cláudia Dias chama “um dispositivo de espera”. Em Segunda-Feira — Atenção à Direita, esboçou-se um confronto com Pablo Fidalgo Lareo; em Terça-Feira — Tudo o que É Sólido Dissolve-se no Ar, encontrou um olhar comum com Luca Bellezze sobre o absurdo ditado pelas fronteiras; em Quarta-Feira — O Tempo das Cerejas, abriu uma cratera com Igor Gandra para questionar o lugar para onde se esvai toda a responsabilidade ocidental pelos conflitos armados no resto do mundo. Agora, em Quinta-Feira — Abracadabra (de 13 a 16 de Fevereiro, Teatro São Luiz, Lisboa, a 23 e 24 de Abril no Teatro do Bolhão, Porto, no âmbito dos Dias da Dança), Cláudia colocou-se diante da artista basca Idoia Zabaleta e alimentou a espera com frases retiradas de Ecologia, romance de Joana Bértholo.