Dinheiro, um pavão e até uma motosserra. Ex-freira acusada de desviar 310 mil euros
Idalina Jacinta está acusada de desviar verbas e bens do Centro Social e Paroquial de Cerejais, em Alfândega da Fé.
Uma antiga freira, de 75 anos, está acusada pelo Ministério Público (MP) de desviar cerca de 310 mil euros de uma instituição de solidariedade de Alfândega da Fé, confirmou ao PÚBLICO esta quarta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Uma antiga freira, de 75 anos, está acusada pelo Ministério Público (MP) de desviar cerca de 310 mil euros de uma instituição de solidariedade de Alfândega da Fé, confirmou ao PÚBLICO esta quarta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com o despacho de acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, deduzido em Setembro do ano passado, “resultou indiciado que a arguida, tendo exercido funções de direcção, administração e gestão de uma instituição particular de solidariedade social do distrito de Bragança e ali tendo igualmente trabalhado, no período compreendido entre Janeiro de 2007 e Outubro de 2010, se apropriou de quantias e de diversos bens pertencentes à instituição”.
São imputados quatro crimes de peculato à antiga freira, informa a PGR.
Segundo o Correio da Manhã, Idalina Jacinta, que foi freira durante 42 anos, está acusada pela Justiça de desviar verbas e bens do Centro Social e Paroquial de Cerejais, em Alfândega da Fé. Desviou, sobretudo, dinheiro, mas também animais (como perus, um pavão e cães, num valor total de 800 euros), um frigorífico (300 euros), um fogão (350 euros), uma arca frigorífica (250 euros), uma máquina de café (1000 euros) e uma motosserra (400 euros), entre outros objectos.
A mulher terá abandonado a vida religiosa e a Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora das Dores, em 2009. De acordo com a acusação, citada pelo Correio da Manhã, a idosa terá feito os desvios financeiros para a sua conta bancária e de irmãos, tendo também feito levantamentos.
Contam-se também alegados desvios da mensalidade dos utentes do lar e de peregrinos que lá pernoitavam. Segundo o Correio da Manhã, as movimentações de bens e dinheiro terão começado quando a freira descobriu que a direcção do centro sofreria alterações. No início, os desvios iriam para casa de um padre, entretanto falecido.
À TVI, esta quarta-feira, a idosa negou todas as acusações: “Não tenho dinheiro nenhum, nunca desviei nada. Foi trabalhar, sempre com muito sacrifício, sem férias, fins-de-semana, nem dias santos.”