Actor Jussie Smollett volta a ser acusado de ter fingido ser vítima de ataque racista e homofóbico

Autoridades de Chicago recuperam tese de que o actor da série Empire contratou dois homens para o agredirem e urdirem uma história de um crime de ódio.

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O actor fotografado no ano passado durante a investigação Kamil Krzaczynski/Reuters

Em mais um capítulo de um processo criminal com tantas reviravoltas quanto o caso a que diz respeito, um júri de Chicago decidiu voltar a acusar o actor Jussie Smollett de ter fingido ter sido vítima de um crime de ódio. O caso remonta a Janeiro do ano passado, altura em que aquele actor da série Empire se queixou de ter sido atacado na rua por dois homens que lhe terão também dirigido insultos racistas e homofóbicos. Os dois homens disseram depois ter sido contratados pelo actor para simular o ataque. A decisão que reactiva este processo deixado cair em Março do ano passado foi tomada na terça-feira. 

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Em mais um capítulo de um processo criminal com tantas reviravoltas quanto o caso a que diz respeito, um júri de Chicago decidiu voltar a acusar o actor Jussie Smollett de ter fingido ter sido vítima de um crime de ódio. O caso remonta a Janeiro do ano passado, altura em que aquele actor da série Empire se queixou de ter sido atacado na rua por dois homens que lhe terão também dirigido insultos racistas e homofóbicos. Os dois homens disseram depois ter sido contratados pelo actor para simular o ataque. A decisão que reactiva este processo deixado cair em Março do ano passado foi tomada na terça-feira. 

De acordo com a revista Hollywood Reporter, Smollett será novamente ouvido já no dia 24 em Chicago. O The New York Times relata que estão em causa novas acusações. Não houve, na altura, nem há agora, diz o procurador especial nomeado para o caso, provas que da inocência do actor.

Smollett diz ter sido abordado na madrugada de 28 para 29 de Janeiro de 2019 numa rua de Chicago por dois homens que lhe terão gritado insultos homofóbicos e racistas e que o terão depois espancado. A agressão terá terminado com uma corda com o nó de forca  uma alusão aos linchamentos e enforcamentos de negros praticados durante décadas nos Estados Unidos – e com o actor submetido a um banho de lixívia.

Com o passar dos dias, a história foi-se adensando e ganhando pormenores cada vez mais tóxicos: o actor acusou também os dois homens de lhe terem gritado outros insultos, como o lema de Donald Trump. A 13 de Fevereiro, dois irmãos nigerianos que haviam sido figurantes da série Empire, Olabinjo e Abimbola Osundairo, foram detidos; dois dias depois, eram libertados após terem dito que o actor os contratara para fingir tudo. A 21 de Fevereiro, Smollett entregou-se às autoridades, acusado de ter mentido num relatório policial. A polícia terá concluído ter-se tratado de um ataque falso, simulado com base em imagens de câmaras de segurança, trocas de mensagens entre os três homens e até um cheque de Smollett para os irmãos Osundairos.

Jussie Smollett negou sempre ter orquestrado o ataque. Em Março de 2019, acumulavam-se já 16 acusações contra ele, mas a procuradoria deixou cair o caso.

Agora, Smollett enfrenta seis acusações de conduta desordeira relacionada com declarações falsas dadas à Polícia de Chicago. Paralelamente, Smollett e o Departamento de Polícia de Chicago estão envolvidos num processo paralelo. A sua advogada assinala no The New York Times que o anúncio da reabertura do caso surge em vésperas de eleições para a procuradoria do condado de Cook, em que a anterior procuradora, agora acusada de ter conduzido mal este processo, é novamente candidata.