Samsung aposta em ecrãs dobráveis e 5G para novos topo de gama
Num mercado a ficar saturado, a Samsung apresentou quatro novos telemóveis em São Francisco. Um dobra, outro tem uma câmara para selfies com 40 megapixeis e os quatro vêm com 5G.
Há quatro novos topos de gama da Samsung prontos para chegar ao mercado – todos estão disponíveis em 5G, três chegam a Portugal já no próximo mês (com preços entre os 929 euros e os 1579 euros), mas só um vem com ecrã dobrável (e numa face inicial só será lançado na Coreia do Sul e nos EUA).
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Há quatro novos topos de gama da Samsung prontos para chegar ao mercado – todos estão disponíveis em 5G, três chegam a Portugal já no próximo mês (com preços entre os 929 euros e os 1579 euros), mas só um vem com ecrã dobrável (e numa face inicial só será lançado na Coreia do Sul e nos EUA).
Os novos Galaxy – Z Flip, S20, S20+ e S20 Ultra – foram apresentados esta terça-feira num evento da marca em São Francisco. O destaque foi para o Galaxy Z Flip que, com 6,7 polegadas, se dobra para caber na palma da mão por 1380 dólares (cerca de 1263 euros), e para o Galaxy S20 Ultra. Apesar de não se dobrar, aquele telemóvel é o mais caro e tem uma câmara frontal que promete selfies com 40 megapixeis e câmaras traseiras que permitem amplificar fotografias até 100 vezes (o suficiente para ler as letras na revista que alguém bem longe do utilizador está a folhear).
Em palco, Rebecca Hirst, a responsável pelo departamento de marketing da Samsung que abriu a sessão, descreveu o novo dobrável como um telemóvel de “afirmação pessoal”. Já TM Roh, que desde Janeiro lidera a secção de comunicação móvel da Samsung, explicou que a gama de novos aparelhos tenta responder às necessidades dos consumidores que querem “telemóveis mais compactos” e, ao mesmo tempo, “telemóveis que permitem ver vídeos e fazer videochamadas em elevada qualidade”. O Z Flip, em particular, deve “ajudar a solidificar uma nova categoria de dobráveis”.
Contrariamente ao primeiro dobrável da marca, o Fold, que abre e fecha como um livro e só chegou às lojas portuguesas em Dezembro de 2019 depois de alguns percalços com o ecrã, o novo o Z Flip lembra uma concha ou espelho de maquilhagem. As primeiras imagens tinham sido apresentadas há três dias durante os Óscares, embora na altura a empresa tenha optado por guardar os detalhes para o evento de hoje.
Além de funcionar com um ecrã de 6,7 polegadas, o novo dobrável foi criado para mostrar dois ecrãs distintos quando está entreaberto – algo a que empresa chama “Flex Mode” e que permite, por exemplo, ver um vídeo do YouTube num ecrã de quatro polegadas e utilizar o outro para pesquisar no site de vídeo.
Corrida ao 5G
A par de continuar a tentar inovar na categoria dos “dobráveis”, que desafiam o formato rectangular, esguio e cada vez maior que domina os novos smartphones há décadas, a marca está a apostar em aparelhos para a era do 5G, em que mais pessoas terão acesso a redes móveis capazes de chamadas de vídeo de elevada qualidade. Embora a marca já tenha lançado aparelhos compatíveis com 5G, é a primeira vez que todos os topos de gama apresentados vêm com a opção.
“Mais operadores estão a incluir 5G, e nós estimamos é que em média um consumidor usa um aparelho durante dois anos antes de trocar. Se 2020 é o ano em que alguém vai mudar de telemóvel, terem um telemóvel preparado para 5G é algo a considerar”, explicou ao PÚBLICO Mark Holloway, gestor dos smartphones da marca para a Europa, numa pré-apresentação dos aparelhos a jornalistas. “Queremos mostrar aos consumidores que estamos preparados, mesmo que ainda não exista essa opção quando comprarem.”
O streaming de vídeos a alta qualidade através da Internet, os videojogos e a realidade virtual são áreas em que as capacidades do 5G poderão estar disponíveis mais rapidamente. Com isto em mente, os novos Galaxy S20 virão todos com um ícone do Google Duo junto ao ícone de chamadas tradicional. Isto facilitará o acesso à aplicação de videochamadas do Google.
O foco no 5G pode ser importante numa altura em que, embora a Samsung lidere a tabela global de vendas de smartphones à frente da Huawei e da Apple, o mercado continua em queda com consumidores que demoram cada vez mais tempo a mudar de telemóvel. A média actual ronda os 28 meses (mais de dois anos) segundo dados de várias empresas de análise de mercado, como a Counterpoint Research, a Deloitte e NPD Connected Intelligence.
Segundo os dados mais recentes da empresa de consultoria IDC, em 2019 foram enviados menos 31,6 milhões de telemóveis para retalho – é o equivalente a uma queda de 2,3%. “[A queda] representa o segundo ano consecutivo em que são enviados menos aparelhos para retalho, apesar do lançamento de aparelhos 5G e de novos formatos inovadores como os dobráveis”, disse na altura Anthony Scarsella, responsável pela investigação da IDC. São ambas áreas em que a Samsung continua a apostar.
Pixeis, zoom e inteligência artificial
O outro grande foco dos novos telemóveis da Samsung é a fotografia. Além de câmaras com muitos megapixeis – com uma das quatro câmaras traseiras do S20 Ultra a chegar aos 108 megapixeis e o S20 e S20+ a incluirem ambos uma câmara de 64 megapixeis –, a empresa explica que também está a usar inteligência artificial para melhorar a qualidade das imagens captadas, mesmo em ambientes com pouca luz em que aumentar o número de pixeis ajuda em pouco.
A nova gama de aparelhos Galaxy S20 incorpora tecnologia de pixelbining, uma técnica que permite juntar vários pixeis(normalmente quatro) para formar um pixel maior. Regra geral, pixeis maiores, capazes de capturar mais luz, permitem fotografias melhores que que pixeis mais pequenos. No caso da Samsung, juntam-se nove pixeis.
Para poupar tempo a quem gosta de captar todos os instantes, os telemóveis vêm com a ferramenta “Single Take” que também usa inteligência artificial para captar e editar várias fotografias do que o algoritmo considera “melhores momentos” a partir de um vídeo que vai até dez segundos. O número de fotografias adicionais obtidas com o Single Take varia consoante aquilo que é filmado e o movimento dos intervenientes, com o tamanho do portfólio a chegar aos 120 MB para uma só filmagem.
“Não acredito que espaço seja um problema. Os nossos dispositivos começam com 128 GB de armazenamento. O que deverá ser o suficiente, mas se não for podem arranjar memoria adicional até um terabyte”, lembrou Holloway. Cada terabyte tem aproximadamente 1000 gigabytes, que permite armazenar milhões de fotografias dependendo da resolução.
Os novos telemóveis também ajudam a ver ao longe. Tanto o Galaxy S20 como o Galaxy S20+ vêm um zoom óptico 30x (ou seja, é possível amplificar uma imagem 30 vezes acima do tamanho original) e o S20 Ultra vem com um zoom de 100x. Embora isto permita, de facto, ler letras em revistas ao fundo (um exemplo dado durante uma pré-apresentação para jornalistas), a imagem com uma amplificação de 100 vezes fica desfocada. É algo que a própria equipa da Samsung admite, notando que quando é usado o super zoom a imagem inicial pode-se deteriorar um pouco. Para facilitar a navegação de uma imagem, com um nível de zoom elevado surge uma janela no canto superior direito do ecrã que mostra a imagem em tamanho normal, onde o utilizador escolhe a zona que pretende ver altamente amplificada.
A marca aproveitou o evento para apresentar a nova geração de auriculares sem fio. O Galaxy S20, S20+ e S20 Ultra estarão disponíveis para venda em Portugal a partir de 13 de Março. Apenas o S20 Ultra e o S20+ chegam a Portugal em 5G. Os preços começam a partir de 929 euros para o Galaxy S20.
A jornalista deslocou-se a Munique a convite da Samsung