Em Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, astrofísicas respondem a perguntas no YouTube

Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço propõe uma webinar a partir das 14h30 com investigadoras para assinalar o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência.

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Pixabay

Será muito difícil estudar astronomia e astrofísica? É esta a pergunta de partida para a webinar organizada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), associado às Universidades do Porto e de Lisboa. A iniciativa conta com a participação de quatro das suas investigadoras e decorre esta terça-feira, 11 de Fevereiro, data em que se celebra o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência. A celebração foi implementada pela UNESCO com o objectivo de reconhecer a “situação crítica” que as mulheres — das mais diversas idades — vivem no mundo da ciência e da tecnologia.

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Será muito difícil estudar astronomia e astrofísica? É esta a pergunta de partida para a webinar organizada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), associado às Universidades do Porto e de Lisboa. A iniciativa conta com a participação de quatro das suas investigadoras e decorre esta terça-feira, 11 de Fevereiro, data em que se celebra o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência. A celebração foi implementada pela UNESCO com o objectivo de reconhecer a “situação crítica” que as mulheres — das mais diversas idades — vivem no mundo da ciência e da tecnologia.

Assim, às 14h30, Gabriella Gilli, Íris Breda, Sandra Reis e Susana Barros estarão em directo do canal do YouTube do IA. Nesta webinar, os participantes podem conhecer a história profissional de cada uma das investigadoras e o caminho que percorreram até se tornarem astrofísicas, bem como esclarecer as suas dúvidas sobre a profissão. A moderação será feita por Catarina Leote, do grupo de Comunicação de Ciência do IA.

Sérgio Pereira, da mesma equipa, aponta ao P3 que a iniciativa se destina a toda a gente, mas destaca o foco nos jovens e nos públicos escolares. Esperando conseguir a adesão dos alunos, optaram por marcar a sessão para o início da tarde. “Mostrar, com os estudos destas quatro investigadoras, a viabilidade e as possibilidades de carreira na astrofísica” é o propósito desta webinar, com duração estimada de hora e meia.

O especialista em Comunicação de Ciência refere que, apesar de se notar um maior equilíbrio em Portugal noutras áreas, verifica-se uma grande desigualdade entre homens e mulheres no campo da astrofísica. Com actividades como esta, o Instituto tenta alterar esta tendência, assim como a “percepção” pública, mostrando que estas são “áreas fascinantes” para se trabalhar.

As quatro investigadoras foram escolhidas para abranger as várias áreas de estudo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço — “a Gabriella trabalha com as atmosferas de Vénus e de Marte, a Íris com galáxias, tal como a Sandra, e a Susana com exoplanetas”.

Em Dezembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 11 de Fevereiro como Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, esperando que a data represente “uma oportunidade para a promoção da igualdade de acesso e participação na ciência”. Em Portugal, 43% dos 96 mil investigadores são mulheres. Segundo o Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional de 2018 (IPCTN), 61% destas investigadoras trabalham no Estado. Portugal é, assim, o segundo país da União Europeia com mais investigadoras neste sector, acima da média de 43% apresentada no relatório She Figures 2018 da Comissão Europeia.

As cientistas portuguesas ultrapassam os homens nas áreas das ciências médicas e da saúde (62%), naturais (58%), sociais (54%), agrárias e veterinárias (51%) e, também, nas humanidades e artes (52%). Inversamente, os dados do IPCTN apontam uma maioria masculina nas ciências exactas (65%) e na engenharia e tecnologias (73%). No entanto, Portugal perde no que toca ao equilíbrio de género em cargos de chefia, bem como na investigação em contexto de docência universitária e no sector privado. Apenas 30% dos dirigentes de instituições de ensino superior e 28% dos investigadores em empresas são mulheres.