Reino Unido aponta coronavírus como “ameaça grave contra a saúde pública”. Número de casos sobe para oito
O número de infectados em solo britânico sobe para oito, depois de quatro novos casos terem sido detectados. As autoridades nacionais anunciam o reforço de medidas de segurança, nomeadamente a obrigatoriedade de isolamento dos doentes.
Quatro britânicos receberam esta quarta-feira testes positivos para o novo coronavírus da China, elevando o número total de casos para oito, no mesmo dia em que o Governo reforçou o poder dos hospitais de manter as pessoas em quarentena. Segundo o director-geral da Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, os quatro novos casos estão todos relacionados com um outro doente já confirmado em Brighton, na semana passada, e que tinha viajado para Singapura.
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Quatro britânicos receberam esta quarta-feira testes positivos para o novo coronavírus da China, elevando o número total de casos para oito, no mesmo dia em que o Governo reforçou o poder dos hospitais de manter as pessoas em quarentena. Segundo o director-geral da Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, os quatro novos casos estão todos relacionados com um outro doente já confirmado em Brighton, na semana passada, e que tinha viajado para Singapura.
“A transmissão do novo coronavírus constitui uma ameaça grave e iminente para a saúde pública” pelo que surgiu a necessidade de tomar medidas para “atrasar ou impedir novas transmissões do vírus”, indicou esta segunda-feira o Ministério da Saúde do Reino Unido através de um comunicado.
“Estamos a fortalecer as nossas regras para que possamos manter as pessoas em isolamento, para sua própria segurança, quando os profissionais de saúde pública considerarem que pode haver risco de o vírus se espalhar”, afirmou um porta-voz. Essa medida “tornará mais fácil aos profissionais de saúde ajudar a manter as pessoas seguras em todo o país”.
A necessidade de reforçar o poder do pessoal médico partiu, segundo um correspondente político da BBC, Iain Watson, de um caso particular. Um passageiro do primeiro voo que partiu de Wuhan, a cidade chinesa considerada o epicentro do vírus, para o Reino Unido, ameaça fugir da quarentena a que está sujeito no hospital Wirral.
“Actualmente, os regulamentos não são suficientemente fortes para o impedir de sair antes de acabar o período de 14 dias de quarentena, por isso [o Governo] anunciou novas regras para tentar obrigá-lo a manter-se fechado”, explicou no programa Today da Rádio 4 da BBC.
Cerca de 200 britânicos e estrangeiros chegaram no domingo ao Reino Unido, num voo fretado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros inglês para retirar cidadãos europeus de Wuhan, tendo todos sido levados para quarentena.
Todas as pessoas retiradas da China nesse voo assinaram contratos comprometendo-se a ficar isolados durante 14 dias, mas não existe nenhuma obrigação legal para quem queira sair. Por isso, o Governo considerou necessário aumentar as advertências oficiais, descrevendo a ameaça como “iminente”, o que os analistas consideram dever-se apenas a razões legais.
O nível real de ameaça anunciado pela Public Health England, a organização responsável pela Saúde Pública do país, permanece como “moderado”.
O novo vírus foi detectado, pela primeira vez, no ano passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, cidade com 11 milhões de pessoas e que está isolada há semanas. O surto foi declarado “emergência global” pela Organização Mundial de Saúde em 30 de Janeiro.
As autoridades chinesas elevaram esta segunda-feira para 908 mortos e mais 40 mil infectados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detectado em Dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detectados 3000 novos casos de infecção.
O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou no domingo a 39, com duas novas infecções detectadas em Espanha e no Reino Unido.