Há 502 novas turbinas eólicas nas águas europeias
Associação Wind Europe diz que a capacidade instalada de eólica offshore atingiu um recorde de 3,6 Gigawatts em 2019.
Os produtores de energias eólicas dizem que 2019 foi o ano em que a Europa “realmente aderiu à produção de energia no mar”.
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Os produtores de energias eólicas dizem que 2019 foi o ano em que a Europa “realmente aderiu à produção de energia no mar”.
No ano passado foram postas a funcionar nas águas europeias mais 502 turbinas eólicas (offshore) e a potência instalada totalizou 3,6 Gigawatts (GW).
Estes números, embora representem um recorde, correspondem a metade do que será necessário instalar anualmente até 2030 para se cumprirem as metas europeias de descarbonização, segundo a associação europeia Wind Europe.
Segundo as estatísticas divulgadas esta quinta-feira pela associação que representa as empresas do sector eólico, no total, a capacidade eólica offshore na Europa atinge agora os 22 GW (5047 torres eólicas, espalhadas por cerca de uma centena de parques), praticamente toda concentrada no Reino Unido e Alemanha (75%) e o resto na Dinamarca, Bélgica e Holanda.
Segundo os planos da Comissão Europeia, são necessários entre 230 e 450 GW de eólica offshore até 2050, destaca a Wind Europe.
A associação refere que, para se cumprirem os objectivos mais ambiciosos, será preciso instalar 7 GW por ano até 2030 e depois acelerar para 18 GW anuais até 2050.
Segundo o presidente da Wind Europe, Giles Dickson, as metas de Bruxelas são “alcançáveis e comportáveis financeiramente”, mas é preciso que a nova estratégia europeia para a eólica offshore enuncie claramente “como mobilizar os investimentos necessários para os 450 GW”.
São precisos planos de desenvolvimento das ligações à rede no mar e em terra e de organização do espaço marítimo e “tudo isto obrigará a uma cada vez maior cooperação entre Governos, no Mar do Norte e do Báltico”.
O esforço também deverá incluir o Reino Unido, que concentrou metade do investimento do sector na última década e que “continuará a ser, de longe, o maior mercado”, referiu Dickson, em comunicado.
O Reino Unido foi responsável por quase metade da nova capacidade ligada em 2019 (1,7 GW), seguindo-se Alemanha (1,1 GW), Dinamarca (374 megawatts (MW)) e Bélgica (370 MW).
Portugal também ligou uma das três turbinas do Windfloat, em Viana do Castelo), de 8 MW.
Com o contributo do Windfloat (projecto liderado pela EDP Renováveis, que terá um total de 25 MW), a Europa passa a contar com 45 megawatts de offshore flutuante (as turbinas estão assentes em plataformas flutuantes) e há mais projectos na calha, em países como França, Noruega e Reino Unido.
A Wind Europe destaca ainda que o tamanho médio dos parques eólicos no mar tem vindo a aumentar. Duplicou dos 300 MW em 2010, para mais de 600 MW.
O maior é o Hornsea 1, no Reino Unido (Mar do Norte), que tem 1,2 GW (174 turbinas), da gigante dinamarquesa Ørsted, que entra em funcionamento este ano e terá capacidade para abastecer mais de um milhão de lares.
Enquanto a dimensão dos projectos aumenta, os custos diminuem. Segundo a Wind Europe, no ano passado, os leilões em França, Reino Unido e Holanda resultaram em tarifas entre 40 e 50 megawatts hora (muito abaixo da remuneração fixada em 2015 para o Windfloat – 168 euros por MWh para os primeiros 10,5 MW e 100 euros por MWh para os restantes 14,5 MW).
“Os preços dos leilões mostraram que é hoje mais barato construir parques eólicos offshore do que novas centrais a gás ou a carvão”, salientou Dickson.