GUIdance: dez edições a recuperar a memória e a provocar o futuro
Chegado à 10.ª edição, o festival de dança contemporânea de Guimarães, a decorrer entre esta quinta-feira e 16 de Fevereiro, convida Vera Mantero, Marie Chouinard, Akram Khan, Marlene Monteiro Freitas ou Tânia Carvalho para pensar-se a partir de uma “vibração feminina”.
Há dois anos, o coreógrafo inglês Akram Khan falou a Rui Torrinha de um quadro da pintora Susan Dorothea White intitulado A Primeira Ceia. White baseia-se em A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, mas desafia a sociedade patriarcal ao atribuir os treze lugares à mesa a outras tantas mulheres de várias origens culturais e geográficas — a posição central de Cristo aparece ocupada por uma aborígene, onde estaria Judas surge a única branca da pintura. Foi a partir desse elemento, que inspirou Khan na criação de Outwitting the Devil, um dos espectáculos de destaque do 10.º GUIdance – Festival Internacional de Dança Contemporânea, que o seu director artístico encontrou “a chave e o combustível” para reforçar a ideia que tinha já em maturação: consagrar a edição de 2020 a uma “ideia de vibração feminina”.