Redução do abandono escolar põe Portugal perto de atingir metade das metas para 2020
Das oito metas definidas pela estratégia Europa 2020, só três foram ainda atingidas por Portugal.
Há mais uma das oito metas europeias definidas para 2020 que Portugal está à beira de alcançar, o que a acontecer levará a que sejam atingidos metade dos objectivos apontados há dez anos para promover um crescimento “inteligente, sustentável e inclusivo” da União Europeia.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há mais uma das oito metas europeias definidas para 2020 que Portugal está à beira de alcançar, o que a acontecer levará a que sejam atingidos metade dos objectivos apontados há dez anos para promover um crescimento “inteligente, sustentável e inclusivo” da União Europeia.
A nova meta que parece já ganha diz respeito à redução da proporção de jovens entre os 18 e os 24 anos que abandonam a escola sem concluir o ensino secundário. Os números divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística dão conta de que a chamada taxa de abandono escolar precoce desceu em 2019 para 10,6% e baixando no continente até 10,1%, ficando assim a rasar a meta europeia para 2020.
O objectivo definido é que a proporção de abandono não vá além dos 10%. Depois de uma ligeira subida registada em 2016 (de 13,7% para 14%), esta taxa diminuiu para 11,8% em 2018 e no ano passado atingiu o seu valor mais baixo até hoje.
A chamada estratégia Europa 2020 foi lançada há dez anos. Nessa altura, a taxa de abandono escolar precoce em Portugal situava-se nos 28,3%. A redução do abandono acentuou-se com o alargamento da escolaridade obrigatória de nove para 12 anos, o que corresponde ao final do secundário.
Esta alteração foi aprovada em 2009, mas só se tornou efectiva a partir do ano lectivo de 2012/2013.
Até agora, Portugal atingiu três das metas para 2020: menos 200 mil pessoas em risco de pobreza (o corte foi de 535 mil); diminuição das emissões de gases com efeito de estufa para 49, 1 milhões de toneladas (chegou-se aos 40,8 milhões); e aumento do emprego entre a população dos 20 aos 64 anos para 75% (há dois anos estava-se em 75,4%).
O que fica pelo caminho
Mas há metas cujo cumprimento é mais volúvel do que outras. É o que se passa com a que foi fixada para a limitação do consumo de combustíveis fósseis para 22,5 milhões de toneladas. Em 2016, Portugal ficou abaixo deste valor (21,8 milhões), mas voltou a ultrapassá-lo em 2017 (22,8 milhões), último ano com dados conhecidos neste domínio.
Na altura, o dirigente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, já tinha alertado que esta meta pode ser “problemática”, especialmente o consumo de energia primária, por se estar “muito perto do limite”.
Pelo caminho já é certo que ficarão objectivos como o de elevar para 40% a proporção de diplomados entre os 30 e os 34 anos (os últimos dados situavam ainda Portugal nos 33,5%) ou a de atribuir 2,7% do Produto Interno Bruto à investigação e desenvolvimento (em 2018 este valor era apenas de 1,35%).
A outra meta da Europa 2020 visa potenciar o uso das energias renováveis de modo a que este represente 31% do consumo final. Em 2018 esta proporção estava nos 30,3%.
Notícia corrigida às 23h00. Corrige ano de subida da taxa de abandono escolar de 2017 para 2016