População de Sobrado reforça luta pelo encerramento do aterro de Valongo

A Associação Jornada Principal reclama das condições prejudiciais para a saúde provocadas pelo aterro e da passividade das entidades responsáveis.

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adriano miranda

A Associação Jornada Principal vai intensificar os protestos contra o aterro de Sobrado, em Valongo, que há vários anos é contestado tanto pela população como pela autarquia. O anúncio surge depois das notícias divulgadas nas últimas semanas sobre a deposição de 330 mil toneladas de resíduos importados no país em 2018. A maior fatia do bolo foi para aos aterros dos concelhos de Alenquer e Azambuja, que já se uniram em protesto, mas o aterro de Sobrado também recebeu uma parte.

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A Associação Jornada Principal vai intensificar os protestos contra o aterro de Sobrado, em Valongo, que há vários anos é contestado tanto pela população como pela autarquia. O anúncio surge depois das notícias divulgadas nas últimas semanas sobre a deposição de 330 mil toneladas de resíduos importados no país em 2018. A maior fatia do bolo foi para aos aterros dos concelhos de Alenquer e Azambuja, que já se uniram em protesto, mas o aterro de Sobrado também recebeu uma parte.

O conjunto de acções a implementar passa pelo alargamento de sessões de esclarecimento a escolas, associações e empresas, para além da organização de um debate “sobre o impacto do aterro no mercado imobiliário de Sobrado”. O movimento cívico vai também mobilizar a população para uma nova petição pelo encerramento do aterro e “outras acções impactantes de protesto público”, e vai ainda “Vestir Sobrado de Negro” com a colocação de lonas “alusivas à perigosidade do aterro”.

A população de Sobrado tem vindo a reclamar há vários anos sobre o problema “grave” de saúde pública, prejudicial para o dia-a-dia da freguesia. “As pessoas, quando são picadas, têm de recorrer a antibióticos”, disse Marisol Marques, presidente da Associação Jornada Principal, ao PÚBLICO, referindo ainda que o ar em Sobrado é “irrespirável”. As pragas de roedores e insectos e as picadas de mosquitos, situações “relacionadas com o aterro”, no entender da associação, já motivaram o envio de várias comunicações ao Ministério da Saúde e ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Maia/Valongo, sem resposta.

O movimento também pretende intensificar as acções junto das “entidades responsáveis e autoridades de fiscalização” do Ministério do Ambiente, da Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Marisol Marques considera a situação “incompreensível”, confessando não entender como foi dada autorização para a construção de um aterro “no meio da população”.

O aterro, gerido pela Recivalongo, abriu em 2007. Em 2018, autarquia opôs-se à renovação das licenças, durante o período de consulta pública, mas sem sucesso. “Tem sido uma luta conjunta [com a Jornada Principal]. O município combate este aterro há muito tempo”, lamentou presidente da Câmara de Valongo, em declarações ao PÚBLICO.

José Manuel Ribeiro vê com bons olhos as recentes declarações do ministro do Ambiente, que garantiu na segunda-feira que a apreciação dos pedidos para importação de resíduos está agora a ser feita com “muito maior critério”. No entanto, o autarca acrescentou que isso não chega e que a população “quer ver para crer” quando “há gente a sofrer todos os dias” com o aterro. Marisol Marques também viu “com agrado” as declarações João Pedro Matos Fernandes, mas garante que a associação vai “continuar a luta” pelo encerramento do aterro de Sobrado.