Câmara lança concurso para medidores de poluição, mas ainda aguarda dados pedidos em Novembro
Informações sobre impactos da expansão do aeroporto da Portela e dos navios de cruzeiro ainda não são conhecidas pela autarquia. Sensores vão permitir obter mais certezas sobre a qualidade do ar na cidade.
Os impactos ambientais e na saúde pública da expansão do aeroporto Humberto Delgado, da actividade dos navios de cruzeiro e do ruído e poluição sonora em Lisboa motivaram, respectivamente, três petições diferentes enviadas à Assembleia Municipal no ano passado. Esta quarta-feira, foram discutidas na 4ª Comissão Permanente, ligada às questões ambientais, onde o vereador José Sá Fernandes, em resposta ao pedido de uma das medidas transversais às três petições, anunciou que a Câmara já lançou um concurso para a aquisição de “cerca de 30 a 40 sensores” para ter medições e “fiabilidade de dados sobre poluição” na cidade.
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Os impactos ambientais e na saúde pública da expansão do aeroporto Humberto Delgado, da actividade dos navios de cruzeiro e do ruído e poluição sonora em Lisboa motivaram, respectivamente, três petições diferentes enviadas à Assembleia Municipal no ano passado. Esta quarta-feira, foram discutidas na 4ª Comissão Permanente, ligada às questões ambientais, onde o vereador José Sá Fernandes, em resposta ao pedido de uma das medidas transversais às três petições, anunciou que a Câmara já lançou um concurso para a aquisição de “cerca de 30 a 40 sensores” para ter medições e “fiabilidade de dados sobre poluição” na cidade.
Embora não sejam “tão sofisticados como os da Avenida da Liberdade, por exemplo”, José Sá Fernandes assegura que os medidores são bons indicadores para obter “uma aproximação ao estado da poluição do ar na cidade de Lisboa”. Quando o concurso chegar ao fim, “um desses sensores irá estar perto do Terminal de Cruzeiros” e “muitos vão abranger a área do aeroporto Humberto Delgado”, apontou.
No entanto, relativamente aos grandes temas que preocupam os peticionários e que a câmara também definiu como prioridades ambientais para 2020, poucas são as novidades. Quanto à expansão do aeroporto e seu respectivo impacto, o vereador José Sá Fernandes considera que “só se age com os dados na mão”, algo que ainda não aconteceu, sublinhou. Em Novembro, uma proposta subscrita pelo presidente da Câmara, Fernando Medina, e aprovada de forma unânime pelo executivo, pedia à tutela que fossem feitos estudos sobre a expansão e os impactos actuais do tráfego aéreo na saúde pública e no ambiente. Nesse documento, a câmara comprometeu-se ainda a pedir informações à ANA, gestora dos aeroportos portugueses, e à Agência Portuguesa do Ambiente, sobre os resultados da execução do Plano de Ruído em vigor. Além disso, a autarquia pediu ao Governo informação mais detalhada sobre o Plano de Expansão da Capacidade Aeroportuária de Lisboa e o plano de acessibilidades.
O deputado municipal do Bloco de Esquerda, Tiago Ivo Cruz, alertou para a proximidade das obras de alargamento no aeroporto e considerou que a câmara “não vai ter margem de manobra”. Ainda assim, José Sá Fernandes acredita que as informações requeridas chegarão no decorrer deste mês de Fevereiro.
Quanto à poluição dos navios de cruzeiro, José Sá Fernandes admitiu que a autarquia está “em diálogo com a administração do Porto de Lisboa sobre uma nova abordagem no Terminal de Cruzeiros”, disse. O grande problema, considera o vereador do Ambiente da câmara, reside no momento de “paragem dos cruzeiros no terminal, com o motor a trabalhar, causando poluição perto da cidade”.
Lisboa é a sexta cidade europeia mais exposta à poluição dos navios de cruzeiro, segundo um estudo da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente divulgado em Junho do ano passado.
O vereador adiantou ainda que a autarquia está a “actualizar o plano de acção” relativo ao ruído e poluição sonora. Um aspecto em que a cidade “está melhor”, acredita Sá Fernandes, e que “são menos as pessoas afectadas”, sobretudo no que toca ao ruído rodoviário.
Texto editado por Ana Fernandes