Bruno Marchand, uma nova geração de curadores, chega à Culturgest
A fundação da Caixa Geral de Depósitos anunciou esta quarta-feira o nome do curador que vai substituir Delfim Sardo. Tem 41 anos.
Bruno Marchand é o novo programador de artes visuais da Culturgest, juntando-se à equipa dirigida por Mark Deputter desde o final de 2017, anunciou esta quarta-feira em comunicado a fundação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem a sua sede em Lisboa.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Bruno Marchand é o novo programador de artes visuais da Culturgest, juntando-se à equipa dirigida por Mark Deputter desde o final de 2017, anunciou esta quarta-feira em comunicado a fundação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem a sua sede em Lisboa.
O curador de 41 anos vai substituir Delfim Sardo, que assumirá em Março o pelouro da programação na administração do Centro Cultural de Belém (CCB). Sardo, que foi assessor da Culturgest durante três anos, sucedeu a Miguel Wandschneider, que ocupou o lugar durante uma década.<_o3a_p>
Bruno Marchand já conhece a instituição que vai trabalhar na área das artes visuais porque, entre 2009 e 2013, foi programador do espaço Chiado 8, a galeria que o grupo Fidelidade dedica à arte contemporânea numa estreita colaboração com a Culturgest (actualmente desenvolvem o projecto Reacção em Cadeia). Já organizou exposições em torno da colecção de arte da CGD, nomeadamente a dedicada ao 20.ºaniversário da Culturgest, tendo igualmente coordenado a equipa de 18 autores que escreveram ensaios sobre o mesmo acervo.
A Culturgest tem construído um percurso “ímpar” no plano da oferta lisboeta de arte contemporânea, disse o novo curador ao PÚBLICO, uma vez que é um centro cultural em que as artes visuais são contaminadas pelas outras artes — teatro, dança, música, cinema: “Estabeleceu o seu lugar muito em torno daquilo que são as práticas emergentes da arte contemporânea. Não estamos a falar de artistas novos, ou muito júniores, mas daqueles que estão a mandar sinais claros por onde é que se está a construir a contemporaneidade artística. São artistas em meio de carreira que estão ligados às questões mais activas daquilo que pode ser o futuro.”
Com um trabalho de curador independente que lhe permitiu comissariar exposições em várias instituições — da Fundação Carmona e Costa à Appleton Square, passando pelo Museu de Serralves —, Bruno Marchand integrou até Maio do ano passado a equipa de artes visuais da ZDB – Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. Na Culturgest, onde começará a trabalhar ainda durante o mês de Fevereiro, já tem a programação delineada por Sardo até ao final do ano.
Entre gerações
Bruno Marchand também é, geracionalmente, um curador em meio de carreira, sucedendo à geração de Delfim Sardo. O seu currículo mostra um mestrado em Estudos Curatoriais pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, resultado da abertura da primeira pós-graduação de curadoria em Portugal numa colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian. “Houve toda uma geração de pessoas que estavam a terminar os seus cursos universitários e que aproveitaram essa primeira leva de formação académica nesta área. Fomos formados pelas mãos de professores como Delfim Sardo ou José António Fernandes Dias.” Uma geração de que fazem parte curadores como Sara Antónia Matos, Ana Anacleto, Luís Silva, João Mourão ou Luísa Especial, entre outros.
A última exposição que comissariou — Canhota, de Mariana Gomes, na Fundação Carmona e Costa — foi considerada uma das melhores exposições de 2019 pelo jornal PÚBLICO, tal como pelo Expresso. Na ZDB, onde colaborou três anos, a sua curadoria mais recente foi a exposição da artista norte-americana Liz Craft.