Obras na Baixa de Lisboa ainda vão demorar

Ainda não há datas para a discussão do projecto com moradores e comerciantes. A Rua Anchieta, a Rua Ivens e a Calçada do Sacramento também vão ficar exclusivamente para peões.

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Fotomontagem de como deverá ficar a Rua dos Fanqueiros DR

As novas regras de circulação automóvel na Baixa de Lisboa até podem entrar em vigor este Verão, como a câmara pretende, mas ainda vai demorar até que as fotomontagens divulgadas pela autarquia se tornem realidade. Numa primeira fase as restrições aos carros serão concretizadas por meio de sinalização e algum mobiliário urbano, ficando as obras para mais tarde.

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As novas regras de circulação automóvel na Baixa de Lisboa até podem entrar em vigor este Verão, como a câmara pretende, mas ainda vai demorar até que as fotomontagens divulgadas pela autarquia se tornem realidade. Numa primeira fase as restrições aos carros serão concretizadas por meio de sinalização e algum mobiliário urbano, ficando as obras para mais tarde.

No relatório que sustenta a criação da Zona de Emissões Reduzidas Avenida Baixa Chiado (ZER ABC), o município escreve que “serão desenvolvidos os projectos de execução e contratualizadas as obras de construção de espaço público” apenas “numa segunda fase”, já depois de a ZER estar em vigor. Além disso, está prevista a realização de “um inquérito online para elaboração de diagnóstico e recolha de sugestões relativamente aos locais de intervenção”, bem como “sessões presenciais, desta vez sobre e no local da intervenção”.

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Isto significa, por um lado, que as imagens que a câmara mostrou podem não corresponder ao resultado final – como Fernando Medina aliás assumiu na apresentação – e, por outro, que as obras vão prolongar-se para lá de 2020, podendo até nem estar concluídas aquando das próximas eleições autárquicas, no Outono de 2021.

Com a implantação da nova ZER, a câmara quer que artérias como a Rua da Prata, a parte final da Rua de São Pedro de Alcântara, o Largo do Calhariz e o Largo do Chiado passem a ser para uso exclusivo de peões e transportes públicos, estando previsto o alargamento de passeios e a substituição de pavimentos. Já nas ruas do Ouro e dos Fanqueiros o que se prevê é a criação de ciclovias através da eliminação de vias de trânsito, enquanto na Rua da Misericórdia perspectiva-se o alargamento do passeio do lado do Teatro da Trindade.

As obras nos Restauradores e do novo Passeio Público – entre Restauradores e Rua das Pretas – não têm ainda projecto fechado, segundo Medina. O mesmo acontece em relação à Praça da Figueira e ao Martim Moniz. Já a pedonalização da Rua Garrett e da Rua Nova do Almada serão mais fáceis de concretizar, pois não se prevê nenhuma alteração de fundo – apenas a colocação de floreiras. A Rua Anchieta, a Rua Ivens e a Calçada do Sacramento também vão ficar exclusivamente para peões.

Depois de anunciar o plano na sexta-feira, Fernando Medina disse que em Fevereiro ele seria apresentado e discutido com moradores e comerciantes nas juntas de freguesia e na assembleia municipal para que, até ao fim de Março, um regulamento próprio estivesse em marcha. Não se conhecem ainda datas para esses debates. João Pedro Costa, vereador do PSD, foi até ao momento o único eleito da câmara a manifestar-se sobre o plano. Está contra.