Quatro soldados turcos mortos pelas forças sírias em Idlib

Exército de Bashar al-Assad tem intensificado ofensivas em Idlib, a última região ainda controlada por grupos rebeldes. Escalada de confronto entre exército sírio e turco.

Foto
Ofensiva síria em Idlib pode causar um novo êxodo para a Turquia EPA/YAHYA NEMAH

Pelo menos quatro soldados turcos foram mortos e nove ficaram feridos durante combates esta segunda-feira com as forças na província de Idlib, no Norte da Síria.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Pelo menos quatro soldados turcos foram mortos e nove ficaram feridos durante combates esta segunda-feira com as forças na província de Idlib, no Norte da Síria.

Perante a escalada do conflito na região, o Presidente turco, Recep Erdogan, prometeu retaliar e disse que entre 30 e 35 soldados sírios foram “neutralizados”. “Estamos empenhados em continuar as nossas operações de segurança para o nosso país, o nosso povo e os nossos irmãos em Idlib. Aqueles que questionem a nossa determinação vão perceber em breve que cometeram um erro”, disse Erdogan, numa conferência de imprensa na manhã desta segunda-feira.

Horas depois, a Turquia anunciou ter atingido 54 alvos sírios com “neutralização” de 76 soldados do Governo de Damasco.

Com o apoio aéreo da Rússia, o Exército sírio tem intensificado as ofensivas em Idlib – o último bastião controlado pelos rebeldes. Na véspera do ataque, a Turquia tinha reforçado a sua presença na região, com o envio de dezenas de veículos blindados, camiões de abastecimento de combustível e de transporte de tanques.

O objectivo de Ancara é construir um posto militar e um posto de observação próximos da cidade de Sarabiq, diz a Al Jazeera. “Após os desenvolvimentos em Idlib nas últimas semanas, foi fornecido um forte apoio durante o fim-de-semana às tropas”, disse um oficial militar turco, citado pela Reuters.

Ancara receia que as recentes ofensivas do Exército sírio causem um novo êxodo de civis de Idlib rumo à Turquia, onde estão alojados mais de 3,5 milhões de sírios que fugiram da guerra.

Desde 2017 que a Turquia e a Rússia – a principal aliada do regime de Bashar al-Assad – delimitaram zonas de tréguas em Idlib. A Turquia acusou a Rússia de ter violado o acordo, mas Moscovo disse não ter sido notificada do reforço das posições turcas e garantiu que não houve apoio aéreo russo ao ataque desta segunda-feira.

Erdogan disse que poderá intervir directamente junto do Presidente russo, Vladimir Putin, para que a questão seja resolvida. “Dissemos aos nossos interlocutores russos que não são eles os nossos adversários aqui, é o regime [sírio] directamente, e eles devem afastar-se”, afirmou o Presidente turco. Além da Síria, Turquia e Rússia também se encontram em lados opostos no conflito na Líbia.

O director de comunicação do Governo turco, Fahrettin Altun, disse que a Turquia “não irá hesitar” em combater as forças sírias, “se a Rússia não for capaz de controlar o regime de Assad” para que não ataquem os militares turcos. “O ataque do regime de Assad contra as nossas forças é o mais recente exemplo das suas acções cobardes no norte da Síria”, afirmou Altun.