Apesar dos discursos sobre o clima, mantêm-se os projectos intocáveis na costa algarvia
Os projectos estruturantes Verdelago (Castro Marim), Vale do Lobo III e Vilamoura XXI, aprovados em 1995, mantêm os direitos adquiridos. Assim, de excepção em excepção às regras do plano de ordenamento, o Algarve faz da “emergência climática e ambiental” uma figura de retórica. O mar avança, mas a construção sobre o litoral não recua.
O Algarve persiste no mesmo modelo turístico e suspenso dos interesses dos fundos imobiliários e dos bancos. O empreendimento Terras do Verdelago é um exemplo, entre outros. O processo de licenciamento do resort arrasta-se há mais de 20 anos sem que lá fosse colocado um tijolo e tem o alvará válido, emitido em 2010. Em circunstâncias normais, uma licença de obras não-executada perde a validade ao fim de dois anos.