Já são nove as candidatas portuguesas a Capital Europeia da Cultura 2027

A decisão final sobre a cidade vencedora deverá ser tomada até 2023.

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Guimarães foi Capital Europeia da Cultura em 2012 PAULO PIMENTA

Em 2027, Portugal vai acolher novamente a organização da Capital Europeia da Cultura, juntamente com uma cidade da Letónia. Os dois países seleccionados são responsáveis pela realização de um concurso entre as suas cidades. Portugal vai assim poder escolher a sucessora de Guimarães, que recebeu o evento em 2012.

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Em 2027, Portugal vai acolher novamente a organização da Capital Europeia da Cultura, juntamente com uma cidade da Letónia. Os dois países seleccionados são responsáveis pela realização de um concurso entre as suas cidades. Portugal vai assim poder escolher a sucessora de Guimarães, que recebeu o evento em 2012.

Nesta altura já anunciaram que vão apresentar uma candidatura as cidades de Leiria, Coimbra, Faro, Viana do Castelo, Aveiro, Évora, Braga, Guarda e Oeiras.

Braga aposta por candidatura de “marca identitária única"

A cidade de Braga apresenta como “trunfo” para ser Capital Europeia da Cultura em 2027 uma “marca identitária única”, caracterizada pelo “cunho de vários períodos da história”, pelo património religioso, contrastando com o “modernismo e juventude” que ostenta.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, explicou que este é um desejo que “dá sequência” a uma estratégia que vem sendo seguida e que assenta em “vários pilares”, desde a “reabilitação cultural e desenvolvimento de diversas dinâmicas culturais da cidade, da formação de públicos, valorização de recursos culturais diferenciadores a uma nova era de media artes e produção de inovação” que a cidade atravessa.

Em Braga diz-se que se dá um pontapé numa pedra e se encontra uma ruína Romana ou Medieval. O autarca corrobora a sabedoria popular: “A nossa marca identitária única é a de uma cidade autêntica, com alma e História, por mais que seja uma das mais jovens e inovadoras à escala internacional. É algo incontornável e é nessa simbiose entre tradição e inovação, História e juventude, que temos uma carácter diferenciador até a nível internacional”, afirmou Ricardo Rio.

Faro quer evento que “contribua para a mudança de mentalidades"

A equipa que lidera a candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027 ambiciona que o projecto possa transformar a região, social e culturalmente, colocando na agenda problemas com que se deparam as cidades.

“Importante é saber o que a capital [da cultura] vai deixar à cidade, à região [do Algarve] e à Europa. O que é que ela contribui para a mudança de mentalidades”, afirmou à Lusa Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro.

A mais de um ano e meio da primeira decisão e dois da decisão final, já foram dados os primeiros passos, com a constituição de uma equipa “de cinco a sete pessoas de Faro” e garantido o apoio de todos os municípios algarvios, da Universidade do Algarve e outras instituições regionais.

“No passado mais recente não me lembro de algo que tenha unido desta forma o Algarve, levando tantas entidades a querem unir-se e trabalhar com o mesmo propósito”, destacou o autarca, observando que a ideia de colocar Faro na “corrida” surgiu na sequência de “mudanças que se estavam a fazer na cidade”.

Guarda quer “alavancar o desenvolvimento"

A cidade da Guarda é candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027 com o objectivo de “alavancar o desenvolvimento local, regional, nacional e europeu”, disse neste sábado à agência Lusa o presidente do município.

Segundo Carlos Chaves Monteiro (PSD), a câmara já definiu a estrutura orgânica da candidatura, que tem o arquitecto Pedro Gadanho como director executivo, que substituiu o anterior coordenador, o antigo secretário de Estado da Cultura José Amaral Lopes, que no dia 30 de Setembro de 2019 apresentou a demissão do cargo.

A Equipa de Projecto é liderada por Pedro Gadanho, o Conselho Estratégico por Urbano Sidoncha, o Conselho Geral pelo presidente da autarquia da Guarda e a Comissão de Honra pela antiga ministra Teresa Gouveia.

A autarquia tenciona apresentar em 2021 uma candidatura vencedora, no seguimento do trabalho liderado por Pedro Gadanho, ex-director do MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, em Lisboa, e curador do departamento de arquitectura e “design” do MOMA - Museum of Modern Art, em Nova Iorque.

A decisão final será dos países, devendo ser tomada até quatro anos antes de 2027.

Portugal já recebeu a Capital Europeia da Cultura em três ocasiões: 1994 (Lisboa), 2001 (Porto) e 2012 (Guimarães).

Este ano são cidades Capital Europeia da Cultura a croata Rijeka e a irlandesa Galway.