Universidade Nova de Lisboa e ISCTE ganham cinco residências em estações ferroviárias
O ISCTE e a Universidade Nova de Lisboa esperam ter mais 1220 camas até 2023, incluindo numa das alas do edifício centenário da estação de Santa Apolónia, em Lisboa.
A Infra-estruturas de Portugal (IP) vai disponibilizar um edifício pertencente à estação ferroviária de Santa Apolónia, em Lisboa, e outros espaços para a construção de cinco novas residências universitárias entre Carcavelos, Almada e Sintra.
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A Infra-estruturas de Portugal (IP) vai disponibilizar um edifício pertencente à estação ferroviária de Santa Apolónia, em Lisboa, e outros espaços para a construção de cinco novas residências universitárias entre Carcavelos, Almada e Sintra.
O P3 já tinha noticiado a parceria entre a IP e o Governo, a 29 de Janeiro, mas já se conhecem agora os locais onde vão ser construídas as residências. No âmbito de um protocolo assinado esta quinta-feira, 30 de Janeiro, na estação de Santa Apolónia, com o ISCTE e a Universidade Nova de Lisboa, as instituições universitárias esperam ter mais 1220 camas até 2023, incluindo numa das alas do edifício centenário da estação de Santa Apolónia. Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, explica que esta parceria vai permitir dar resposta ao problema da falta de alojamento para estudantes a preços acessíveis. “Queremos ajudar a fazê-lo, criando novas centralidades junto de estações ferroviárias existentes, potenciando dessa forma o transporte público”, sublinhou.
Para já, há cinco projectos pensados: o aproveitamento do edifício da estação de Santa Apolónia e a construção de residências nos terrenos envolventes de outras quatro estações ferroviárias: Carcavelos, em Cascais, Pragal, em Almada e, posteriormente, Monte Abraão e Portela de Sintra, ambas em Sintra. “Espera-se que possam ser disponibilizadas 240 camas em cada” um dos espaços, lê-se no comunicado enviado ao P3, num investimento “na ordem dos 30 milhões”.
Segundo Carlos Fernandes, esta primeira fase será dedicada à avaliação da viabilidade destes projectos, mas o objectivo é que as residências possam abrir portas até ao início de 2023. O ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, saudou a iniciativa, lembrando que o protocolo permite responder a dois grandes desafios do Governo e do ministério que tutela: a mobilidade e o acesso à habitação. “Temos um grande problema de acesso à habitação e, em particular, da parte dos nossos estudantes, em aceder a residências acessíveis”, afirmou, acrescentando que é importante garantir que a situação financeira dos estudantes não seja impeditiva da sua entrada no ensino superior.
Esta questão foi também destacada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que sublinhou a necessidade de democratizar o ensino superior, relembrando que o aumento do número de alunos, incluindo estudantes internacionais, é um objectivo do Governo que depende das condições de alojamento.
Além das vantagens para os estudantes e para as universidades, Pedro Nuno Santos reconheceu que esta parceria vem dar um destino ao património do Estado, considerando essencial que o Governo saiba usar os seus recursos, incluindo o património público, para “dar resposta a necessidades tão emergentes como o acesso à habitação”.
O protocolo de desenvolvimento de condomínios universitários insere-se no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, apresentado pelo Governo em 2018, que pretende disponibilizar mais 12 mil novas camas para estudantes universitários até ao final desta legislatura, aproveitando edifícios do Estado desocupados para a criação de residências.