Convento de Cristo, o “híbrido extraordinário” onde bate um coração templário

A charola templária é a pérola deste “microcosmos do mundo português”, erguido ao longo dos séculos para acolher a Ordem do Templo e, depois, a Ordem de Cristo. Foi castelo e cidadela, fez-se palácio e foi-se expandindo em conventos. No Convento de Cristo inscreve-se a visão de monarcas e a evolução de estilos arquitectónicos.

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Álvaro ainda se lembra dos desenhos que fez nas primeiras vezes que visitou o Convento de Cristo, sentado pelos cantos, atento aos pormenores de um monumento construído ao longo de séculos, acrescentos sobre acrescentos, montra cronológica dos estilos que predominaram em cada época e das diferentes visões dos monarcas para o espaço e para o país, quais peças de lego. Estávamos na altura do PREC e, após cinco anos a viver no estrangeiro, Álvaro Barbosa tinha regressado a Portugal e aos estudos das Belas Artes. “Foi o meu professor de desenho, um grande escultor português, o mestre Lagoa Henriques, quem me disse: ‘Isto aqui está uma confusão. Tens lá em Tomar um sítio muito bonito para fazeres desenhos, vais para lá e depois vens mostrar-mos de vez em quando’.” Assim fez. “O meu primeiro contacto com o convento foi uma contemplação.”