Bloco de Esquerda propõe trânsito na Baixa de Lisboa apenas para residentes e transportes públicos
Além das ZER, o BE propõe a criação de “quarteirões de emissões zero”, com medidas de controlo de volume de tráfego automóvel nas zonas mais poluídas da cidade, nomeadamente Parque das Nações, Telheiras e Belém.
O BE/Lisboa propôs esta quarta-feira a criação de “zonas de emissão zero” (ZER) na Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado e Ribeira das Naus (Terreiro do Paço-Cais do Sodré), com o encerramento das artérias destas zonas ao trânsito de não-residentes.
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O BE/Lisboa propôs esta quarta-feira a criação de “zonas de emissão zero” (ZER) na Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado e Ribeira das Naus (Terreiro do Paço-Cais do Sodré), com o encerramento das artérias destas zonas ao trânsito de não-residentes.
De acordo com um comunicado do BE/Lisboa, as ZER deverão ser, “por princípio”, zonas onde as ruas estão fechadas ao trânsito de não-residentes, exceptuando veículos não poluentes, transportes públicos, veículos prioritários e veículos autorizados.
A proposta faz parte de um conjunto de iniciativas que o BE enviou ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), para “agendamento célere” em reunião do executivo e visa contribuir “de facto para a neutralidade carbónica”.
Além das ZER, o BE propõe a criação de “quarteirões de emissões zero”, com medidas de controlo de volume de tráfego automóvel nas zonas mais poluídas da cidade, nomeadamente Parque das Nações, Telheiras e Belém.
Como medidas de controlo de volume de tráfego, o BE avança com a possibilidade da criação de zonas com velocidade máxima de 30 km/hora, construção de mais ciclovias e vias exclusivas a transportes públicos, o encerramento parcial de ruas aos trânsito automóvel de não-residentes, a criação de mais “docas” de bicicletas partilhadas e a redução gradual de estacionamento à superfície, “em prol de espaços verdes e outros espaços adaptados a famílias”. Os bloquistas ressalvam, contudo, que para cada bairro deverão ser encontradas “as melhores soluções”.
Outra das propostas do BE é a implementação de um sistema de monitorização de poluição do ar e ruído. Os dados recolhidos devem, depois, ser divulgados pela Câmara de Lisboa através dos seus meios próprios e em painéis a afixar em diferentes zonas da cidade, defende o BE.
O BE, que tem um acordo para a governação da cidade com o PS, propõe ainda a implementação de “um plano de contingência de saúde pública”, a ser activado quando se ultrapassem os limites de poluição estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.
O plano, defendem os bloquistas, deverá assegurar a proibição de circulação e estacionamento automóvel em zonas de risco, a disponibilização gratuita de transportes públicos para reduzir o uso de automóveis e a redução obrigatória de velocidade para automóveis circulantes.
Madrid, Paris e Bruxelas já implementaram planos semelhantes, lembra o BE. Na nota, os bloquistas assinalam que, até agora, Lisboa Capital Verde Europeia tem sido “apenas um conjunto de anúncios, que pouco significam em termos de adaptação da cidade à emergência climática”
Por isso, salientam, as propostas agora apresentadas pelo BE à Câmara de Lisboa são as primeiras de uma série de iniciativas a desenvolver “para contribuir de facto para a neutralidade carbónica”.