Ministro da Habitação: “Crime de lesa-pátria” são os preços do imobiliário em Lisboa e Porto

“’Vistos gold’ não resolvem o problema da população portuguesa na cidade de Lisboa e no Porto e, portanto, é altura de retirar esses instrumentos nessas cidades”, defendeu hoje Pedro Nuno Santos

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Pedro Nuno Santos esteve hoje a visitar o Porto de Aveiro LUSA/PAULO NOVAIS

O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse hoje que os preços praticados no mercado imobiliário em Lisboa e no Porto são “um crime lesa-pátria”, considerando que é altura de retirar os “vistos gold” nas grandes cidades.

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O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse hoje que os preços praticados no mercado imobiliário em Lisboa e no Porto são “um crime lesa-pátria”, considerando que é altura de retirar os “vistos gold” nas grandes cidades.

“Neste momento, os ‘vistos gold’ não resolvem o problema da população portuguesa na cidade de Lisboa e no Porto e, portanto, é altura de retirar esses instrumentos nessas cidades e tentar que possam beneficiar outras regiões do país”, disse aos jornalistas o ministro Pedro Nuno Santos, à margem de uma visita ao Porto de Aveiro.

O governante explicou que depois da crise financeira, o sector imobiliário português viveu um momento difícil, tendo sido necessário “um conjunto de medidas que ajudassem a que o sector recuperasse”.

“Neste momento, temos nas grandes cidades um sector imobiliário fortemente aquecido com preços muito longe daquilo que é a realidade que o povo português pode pagar”, disse Pedro Nuno Santos.

O governante comentou, também, as declarações do presidente da Associação dos Profissionais das Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, que afirmou que “agir para travar a procura é um crime de lesa-pátria, cujas consequências não estão a ser avaliadas”.

“Eu diria que o crime de lesa-pátria são os preços que hoje são praticados no mercado imobiliário em Lisboa e no Porto, em que a esmagadora maioria do povo português não consegue sonhar com uma terra onde nasceu ou cresceu, nomeadamente nos grandes centros urbanos”, sublinhou.

Várias associações do sector têm vindo a criticar a intenção do PS de pôr fim à concessão dos “vistos gold" nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, limitando a concessão a investimentos feitos por estrangeiros em municípios do interior ou nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Na apresentação da proposta de limitação dos “vistos gold”, na segunda-feira, a líder da bancada socialista, Ana Catarina Mendes, afirmou que esta é “uma resposta à especulação imobiliária” e um incentivo ao “investimento em zonas do interior e regiões autónomas”.

O fim dos “vistos gold" para estrangeiros de países terceiros à União Europeia que invistam 500 mil euros em Portugal, designadamente no mercado imobiliário, tem sido insistentemente reclamado por associações ligadas ao combate ao branqueamento de capitais e por partidos, sobretudo o Bloco de Esquerda.