Outra visão do Inferno

Três interpretações exemplares geridas com sentido musical pela encenação imaginativa e eficaz de Nuno Carinhas: Viagem de Inverno, de Elfriede Jelinek, em Almada.

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Personagens? Esqueçam, não há. Enredo? Nem vale a pena procurar. O que há são palavras organizadas em frases ora ternas, ora cortantes. Umas vezes irónicas, outras sarcásticas, aqui e ali fluxos de consciência. A espaços sinais de dor, e ainda de um ou outro remoque dirigido à hipocrisia social, porém um discurso lúcido (mesmo quando discutível). Uma observação do estado desta era, e do estado de alma de uma autora, expostos ao longo de oito jornadas inspiradas na música de Franz Shubert – que também inspiraram Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira (e uma breve intervenção em vídeo, qual oráculo, de Sara Carinhas) nas suas exemplares interpretações destes pouco mais do que monólogos.

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Personagens? Esqueçam, não há. Enredo? Nem vale a pena procurar. O que há são palavras organizadas em frases ora ternas, ora cortantes. Umas vezes irónicas, outras sarcásticas, aqui e ali fluxos de consciência. A espaços sinais de dor, e ainda de um ou outro remoque dirigido à hipocrisia social, porém um discurso lúcido (mesmo quando discutível). Uma observação do estado desta era, e do estado de alma de uma autora, expostos ao longo de oito jornadas inspiradas na música de Franz Shubert – que também inspiraram Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira (e uma breve intervenção em vídeo, qual oráculo, de Sara Carinhas) nas suas exemplares interpretações destes pouco mais do que monólogos.