Alegado líder do furto de Tancos já foi libertado
Ex-fuzileiro João Paulino cumpriu prazo máximo de prisão preventiva. Era para ficar em liberdade só amanhã, mas saiu hoje do Estabelecimento Prisional de Lisboa.
João Paulino, o ex-fuzileiro suspeito de ter liderado o roubo do armamento militar de Tancos, foi libertado esta segunda-feira, uma vez que se esgotou o prazo máximo de prisão preventiva. O seu advogado, Carlos Melo Alves, chegou a dizer que o arguido ficaria em liberdade apenas amanhã, mas os serviços prisionais colocaram-no em liberdade antes.
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João Paulino, o ex-fuzileiro suspeito de ter liderado o roubo do armamento militar de Tancos, foi libertado esta segunda-feira, uma vez que se esgotou o prazo máximo de prisão preventiva. O seu advogado, Carlos Melo Alves, chegou a dizer que o arguido ficaria em liberdade apenas amanhã, mas os serviços prisionais colocaram-no em liberdade antes.
Detido no Estabelecimento Prisional de Lisboa desde Setembro de 2018, João Paulino nunca contou até hoje às autoridades o que se passou. Mas o Ministério Público acusou-o de se ter introduzido nos paióis de Tancos juntamente com outros cúmplices em Junho de 2017, tendo levado consigo variado material de guerra – munições, granadas, explosivos -, que depois escondeu num terreno de uma avó sua, em Tomar. Mais tarde, e como não conseguia vender a maior parte do armamento, acabou por o entregar à Polícia Judiciária Militar, com a qual negociou que nem ele nem os cúmplices seriam incriminados.
O material militar acabou por reaparecer na Chamusca numa madrugada de Setembro de 2017, numa encenação que incluiu um telefonema anónimo feito por um militar da PJM para o piquete da própria Judiciária Militar a indicar a sua localização. Para o Ministério Público, os militares encobriram os assaltantes e prometeram-lhes impunidade para ficarem com os louros da descoberta do armamento furtado. E o advogado de João Paulino revelou recentemente que o seu cliente negociou a devolução “ao mais alto nível”.
Acusado de terrorismo, associação criminosa e tráfico de armas, o ex-fuzileiro esteve em tribunal na semana passada para ser interrogado, mas uma vez mais remeteu-se ao silêncio. Diz que só falará se o seu advogado tiver acesso aos relatórios das duas acções encobertas que a Polícia Judiciária civil levou a cabo para tentar recuperar o armamento de Tancos. O juiz de instrução criminal Carlos Alexandre acabou de autorizar esse acesso, mas de forma parcial. Ou seja, os defensores dos arguidos vão poder consultar uma parte do material informativo produzido no âmbito dessas acções encobertas.
Havia dúvidas se apesar de ter cumprido o prazo máximo de prisão preventiva João Paulino iria mesmo ser libertado, uma vez que é arguido num segundo processo, relacionado com o desaparecimento de cinco dezenas e meia de pistolas Glock da sede nacional da PSP. Mas neste outro caso a única medida de coacção que lhe foi aplicada foi o termo de identidade e residência.