Exposição colectiva da Underdogs dá início a Outros Portos (no Porto)
O ciclo de exposições Outros Portos começa esta sexta-feira, 31 de Janeiro, no Maus Hábitos, no Porto. From Lisboa to the World, a mostra colectiva da Underdogs, reúne artistas como Add Fuel, Wasted Rita ou Teresa Esgaio para dar início ao evento. E pode ser visitada até 15 de Março.
A mostra colectiva From Lisboa to the World chega ao Maus Hábitos, no Porto, na próxima sexta-feira, 31 de Janeiro, depois de já ter passado por Lisboa. Com curadoria de Pauline Foessel e Alexandre Farto, artista conhecido como Vhils, da plataforma cultural Underdogs, insere-se no ciclo de exposições Outros Portos, no espaço Maus Hábitos.
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A mostra colectiva From Lisboa to the World chega ao Maus Hábitos, no Porto, na próxima sexta-feira, 31 de Janeiro, depois de já ter passado por Lisboa. Com curadoria de Pauline Foessel e Alexandre Farto, artista conhecido como Vhils, da plataforma cultural Underdogs, insere-se no ciclo de exposições Outros Portos, no espaço Maus Hábitos.
Este ciclo, que sucede a Emergência, “contempla um corpo misto de curadores, artistas, parceiros e actividades que vão cruzar diferentes temáticas, experiências e criar possibilidades de novos encontros e criações em face ao desafio de se pensar ‘outros’ como constância no processo de transformação”, lê-se no site da associação cultural Saco Azul, o “motor do Maus Hábitos para projectos de criação”.
A exposição escolhida para inaugurar o ciclo foi From Lisboa to the World, que reúne trabalhos dos artistas portugueses com quem a Underdogs (que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, exposições dentro de portas e a produção de edições artísticas originais) tem trabalhado nos últimos anos. São exemplos ±maismenos±, Add Fuel, Aka Corleone, André da Loba, Estúdio Pedrita, Mário Belém, Teresa Esgaio e Wasted Rita — e que esteve patente na galeria Underdogs, em Lisboa, no final do ano passado.
A exposição reúne obras novas dos sete artistas, sem que tenha sido definido um tema comum. “A ideia foi mostrar o que eles quisessem mostrar”, referiu Pauline Foessel, em declarações à Lusa em Novembro, aquando da inauguração em Lisboa. O resultado são peças em vários suportes criadas com recurso técnicas distintas, características do trabalho de cada um.
Em From Lisboa to the World, Aka Corleone “volta às peças de acrílico, mas com um twist, porque está a juntar luz às peças”, caracterizadas pela mistura de cores. O artista, nascido em Lisboa, começou o percurso no graffiti. É licenciado em Design e Comunicação Visual, chegou a trabalhar como designer gráfico. Tem apresentado o seu trabalho em exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, desde 2010.
Miguel Januário, que através do projecto ±maismenos± — iniciado em 2005 num contexto de investigação académica — reflecte sobre o modelo de organização política, social e económica que gere a vida nas sociedades actuais, “fez quatro peças, de acrílico também, que jogam com a transparência”. Cada uma contém duas mensagens, uma das quais visível apenas com recurso a um filtro.
As peças de André da Loba, ilustrador, “são telas pintadas com tinta acrílica com o trabalho dele, que é um pouco surrealista”. Já Wasted Rita, que faz desenhos, ilustrações e escreve teorias sobre o que a rodeia, criou para a mostra 20 desenhos novos, “que são a propósito do existencialismo, da vida, os temas dela”.
As duas peças do Estúdio Pedrita (Rita João e Pedro Ferreira), que criam imagens com recortes de azulejo, recorrendo ao espólio de azulejos industriais descontinuados deixado pelo avô de Pedro, Joaquim Cortiço, “vêm da série da última exposição dos artistas, Lost and Found, que esteve patente na Underdogs no ano passado”. Nessa exposição, e nas duas obras novas agora apresentadas — “dois retratos de pessoas desconhecidas” —, a dupla trabalhou a partir daquilo que encontraram na rua e na Feira da Ladra ou que lhes deram.
Teresa Esgaio apresenta três desenhos, feitos com recurso a pastel seco preto e grafite, de tal forma minuciosos que parecem fotografias, um dos quais um balão com o reflexo do seu estúdio de trabalho. Add Fuel, cujo trabalho se caracteriza pela reinvenção do azulejo tradicional português, “mostra uma peça de azulejo que está “partido” e duas esculturas em porcelana, pequenos monstros que podem ver vistos nos azulejos”. Ilustrador freelancer, Diogo Machado, conhecido como Add Fuel, começou a reinterpretar azulejos tradicionais, com recurso a stencil (pintura com moldes), quando, em 2008, foi convidado a participar numa exposição em Cascais, que consistia em revestir edifícios com telas com ilustrações. Desde então, já expôs em várias cidades, em Portugal e no estrangeiro.
Mário Belém, que trabalhou vários anos como ilustrador digital e designer gráfico, faz na sua peça em madeira trabalhada “uma crítica, na mesma ideia das exposições passadas, a jogar com as palavras”.
From Lisboa to the World estará patente no Maus Hábitos até 15 de Março. O ciclo Outros Portos inclui outras três exposições, definidas numa “procura de formas e multiplicidade de sentidos (e de cidades).
Entre 17 de Abril e 17 de Maio, o Maus Hábitos acolhe uma exposição com curadoria dos artistas portuenses Daniel Moreira e Rita Castro Neves, e de 12 de Junho a 26 de Julho estará patente uma mostra com os responsáveis do projecto macaense This is my city, Manuel Correia da Silva e Clara Brito. Para o final do ano, entre 20 de Novembro e 31 de Dezembro, está marcada uma exposição com curadoria de Bruno Leitão, do Hangar — Centro de Investigação Artística, de Lisboa.