Pedro Abrunhosa: “Os políticos deveriam ter uma remuneração mais digna”

O músico receia que o populismo de André Ventura cresça em Portugal e pede aos partidos que rompam as “oligarquias” que montaram e dêem resposta às populações. Mostra um “enorme respeito” por políticos, especialmente depois da sua fugaz passagem pela política activa (foram apenas seis meses como deputado municipal). Mas não se coíbe de lhes deixar mensagens — especialmente aos do poder central.

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Recebe-nos no estúdio que abriu em Canelas, em Vila Nova de Gaia, na periferia do Porto. Aos 59 anos, Pedro Abrunhosa olha para o país com o optimismo de quem vê as melhorias alcançadas em democracia, o cepticismo perante a lentidão e a ineficácia da política (na descentralização, por exemplo) e algum receio perante a ascensão de figuras como André Ventura. O populismo do deputado do Chega “é um rastilho que se acende rapidamente num país como o nosso”, um “vírus” que pode encontrar alvos em todos os campos políticos, da direita à esquerda, avisa em entrevista ao P2. “As pessoas continuam a trabalhar dez horas por dia, de sol a sol. Tudo isto deu terreno fértil para o populismo crescer.” Uma conversa sobre Portugal (mas também o mundo e até Marte) e o futuro, quase sem música.