Ribeiro e Castro e Lobo Xavier pedem “mudança” e excluem apoio a João Almeida

Os dois antigos dirigentes preconizam uma “mudança” no partido.

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O ex-presidente do CDS José Ribeiro e Castro e ex-dirigente do CDS e conselheiro de Estado António Lobo Xavier defenderem neste sábado que o partido deve escolher um candidato à liderança que assegure a mudança que, em seu entender, os militantes e os eleitores estão a pedir.

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O ex-presidente do CDS José Ribeiro e Castro e ex-dirigente do CDS e conselheiro de Estado António Lobo Xavier defenderem neste sábado que o partido deve escolher um candidato à liderança que assegure a mudança que, em seu entender, os militantes e os eleitores estão a pedir.

Os dois ex-dirigentes não apoiam nenhum candidato à liderança do partido, mas excluem um deles: João Almeida, o actual porta-voz do partido que é visto como uma solução de continuidade.

Em declarações à Lusa, Ribeiro e Castro, que foi ao congresso de Aveiro, defendeu uma mudança na direcção do partido para ir ao encontro da vontade do eleitorado.

“Os eleitores do CDS que se abstiveram ou alguns que rumaram a outros partidos pediram-nos para mudarmos e eu creio que é isso que temos que fazer”, disse Ribeiro e Castro, insistindo que o congresso “deve ouvir a voz dos eleitores”.

Pouco depois de ter chegado ao Parque de Exposições de Aveiro, onde decorre o 28.º Congresso do CDS, o antigo líder centrista disse ainda à Lusa que é preciso “outras caras, outro discurso, outro tipo de abordagem dos problemas do país”.

“A estratégia, o rumo o tipo de abordagem e de discurso falhou e é preciso mudar”, afirmou.

Sem falar em nomes, Ribeiro e Castro disse que há uma candidatura “na linha da continuidade” e duas outras “que se destacam como possibilidade de serem a escolha do congresso e que interpretam claramente um discurso de mudança”, aludindo às candidaturas de Filipe Lobo d`Ávila e de Francisco Rodrigues dos Santos.

Ribeiro e Castro considerou que uma destas duas últimas candidaturas “é moderada por um jovem que interveio várias vezes dentro do partido sempre com disciplina e respeito, mas sinalizando de uma forma contrastante as suas diferenças e críticas” e a outra é encabeçada por “uma pessoa que fez parte desse percurso recente do partido, mas que a certa altura entendeu afastar-se e saiu mesmo do grupo parlamentar e foi sinalizando sempre às suas diferenças”.

“Creio que os congressistas têm estas duas opções para corresponder à voz do eleitorado”, afirmou Ribeiro e Castro.

Também o ex-dirigente do CDS e conselheiro de Estado António Lobo Xavier, que não foi ao congresso, excluiu um apoio à candidatura do deputado João Almeida à liderança dos centristas, defendendo uma “grande mudança”.

“Eu inclino-me para uma solução que apresente uma grande mudança. Acho que o CDS, se continuar nalguma coisa que seja um bocadinho o mesmo, não tem grandes hipóteses”, disse Lobo Xavier à Lusa.

Questionado sobre se excluía um apoio a João Almeida, conotado como o candidato da continuidade pelos seus adversários, Lobo Xavier disse ser uma pessoa que admira muito e de quem gosta, mas que “não teria condições até pessoais para fazer uma mudança muito grande”.

“As mudanças têm riscos. As pessoas mais antigas do CDS têm de controlar esses riscos, mas é preciso alguma mudança”, afirmou.

Sobre a forma como está a decorrer o congresso, Lobo Xavier disse que não se confirmam as previsões mais pessimistas de que a reunião magna dos centristas seria “uma balbúrdia e muito agressivo”.

“Não vi isso. Vi vivacidade, com alguns ataques de natureza pessoal, mas nada que não seja compreensível que aconteça nos congressos”, disse o ex-dirigente, desvalorizando o comportamento dos delegados que vaiaram Pires que Lima, por ter criticado Francisco Rodrigues dos Santos.

“O partido adora o dr. António Pires de Lima. Não gostou das referências à idade e à tolerância, mas em ambiente normal. Não vi isso com nenhuma preocupação”, afirmou Lobo Xavier, adiantando não acompanhar as críticas de Pires de Lima, porque nunca viu nenhuma “manifestação de intolerância ou de não democracia” por parte de Francisco Rodrigues dos Santos.