Jovens investigadores do Porto vão participar em programa da Agência Espacial Europeia

Equipa de investigadores do i3S vai “avaliar o efeito da hipergravidade na permeabilidade do intestino”, no âmbito do programa Spin Your Thesis! da ESA.

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Maxim Shemetov/Reuters

Uma equipa de jovens investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) foi seleccionada para um programa da Agência Espacial Europeia (ESA) e vai “avaliar o efeito da hipergravidade na permeabilidade do intestino”, revelou uma das responsáveis. “Vamos avaliar diferentes gravidades e comparar com o controlo (resultados obtidos no dia-a-dia) para perceber se há diferenças na absorção intestinal”, afirmou Helena Macedo, uma das quatro jovens de doutoramento que integra agora o programa Spin Your Thesis! da Academia da ESA.

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Uma equipa de jovens investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) foi seleccionada para um programa da Agência Espacial Europeia (ESA) e vai “avaliar o efeito da hipergravidade na permeabilidade do intestino”, revelou uma das responsáveis. “Vamos avaliar diferentes gravidades e comparar com o controlo (resultados obtidos no dia-a-dia) para perceber se há diferenças na absorção intestinal”, afirmou Helena Macedo, uma das quatro jovens de doutoramento que integra agora o programa Spin Your Thesis! da Academia da ESA.

Em declarações à Lusa, a jovem explicou que o objectivo da equipa, intitulada Artemis, passa por testar o efeito da hipergravidade na absorção de dois fármacos, um para o tratamento de diabetes e outro anticancerígeno.

“Vamos utilizar estes fármacos dentro de nanopartículas para perceber até que ponto é que, aplicando hipergravidade, os fármacos passarão melhor ou pior pelo intestino. Apesar de não existir literatura sobre o efeito da hipergravidade no epitélio intestinal, acreditamos que serão melhor absorvidos”, referiu.

De acordo com Helena Macedo, a equipa vai recorrer a modelos in vitro que “mimetizam o epitélio intestinal” para testar as nanopartículas que tem vindo a desenvolver e, assim, perceber a influência da gravidade na absorção, sendo que os testes vão ser realizados na Centrífuga de Grande Diâmetro (LDC) que “simula a força gravitacional até valores 20 vezes superiores aos experimentados na superfície da Terra”.

À Lusa, a jovem avançou que, ainda durante este mês, a equipa se vai deslocar até ao Centro Europeu de Educação e Segurança Espacial (ESEC), na Bélgica para realizar alguns workshops, sendo que os testes na centrífuga deverão ocorrer em Setembro, no Centro Europeu de Investigação e Tecnologia Espaciais (ESTEC), na Holanda.

“Apesar de já existirem centrífugas para certos tratamentos, não vamos conseguir submeter as pessoas à gravidade. No fundo, isto é mais uma prova de conceito para quem sabe, um dia mais tarde podermos, nós ou outros investigadores percebermos como é que estes testes podem ser aplicados à clínica”, concluiu.

O programa Spin Your Thesis! da Academia da Agência Espacial Europeia visa proporcionar aos alunos de mestrado e doutoramento a oportunidade de projectarem e testarem as suas experiências de hipergravidade na Centrífuga de Grande Diâmetro.