Número de mortes causadas pelo novo coronavírus sobe para 17. Ninguém sai da cidade de Wuhan
Macau confirma um caso. Brasil investiga suspeita em Minas Gerais. Portugal emite aviso para viajantes. Organização Mundial da Saúde decidiu não declarar para já uma emergência global de saúde pública.
O número de mortes causadas por um novo tipo de pneumonia na China subiu nesta terça-feira para 17, com a morte de mais oito pacientes na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro do surto. O número total de infectados só naquela região é já superior a 440, enquanto o total de pacientes em todo o território chinês subiu para 547, anunciaram as autoridades. Com estes novos dados, o total de casos detectados em todo o mundo aumentou para 555.
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O número de mortes causadas por um novo tipo de pneumonia na China subiu nesta terça-feira para 17, com a morte de mais oito pacientes na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro do surto. O número total de infectados só naquela região é já superior a 440, enquanto o total de pacientes em todo o território chinês subiu para 547, anunciaram as autoridades. Com estes novos dados, o total de casos detectados em todo o mundo aumentou para 555.
Em Wuhan, metrópole de nove milhões de habitantes, foi dada uma ordem sem precedentes para travar o contágio: ninguém sai da cidade e os serviços de transportes públicos estão suspensos. O terminal de partidas do aeroporto foi encerrado e os comboios de longa distância vão seguir viagem se efectuar paragens na cidade.
As medidas espelham o nervosismo das autoridades de Pequim, numa altura em que ocorre a maior migração anual do planeta: as festividades do Ano Novo Lunar chinês, que movimentam pelo país centenas de milhões de pessoas que aproveitam a ocasião para visitar familiares e amigos, como acontece com o Natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias. Esta é mesmo a pior altura do ano para lidar com um vírus na China.
Os números divulgados esta quarta-feira alimentam ainda receios sobre uma possível pandemia semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Perante este cenário, a Comissão Nacional de Saúde da China anunciou outras medidas para conter a doença, incluindo a desinfecção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais em todo o país. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados”, esclareceu o organismo estatal em comunicado.
Caso confirmado em Macau e outro sob suspeita em Hong Kong
O número total de províncias chinesas com casos registados do novo coronavírus é agora 24, às quais se juntam Hong Kong e Macau. Neste último antigo território português, as autoridades confirmaram o caso de uma mulher de 52 anos, comerciante, oriunda da cidade chinesa de Wuhan, que chegou a Macau no dia 19 e que foi submetida a dois testes que confirmaram a doença. Actualmente internada em regime de isolamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário, é considerada uma paciente de alto risco.
No entanto, as autoridades macaenses sublinham que não existe um surto no território neste momento. Mas há medidas de prevenção em vigor: as visitas diárias aos hospitais vão ser reduzidas de dois períodos para apenas um e os espaços públicos estão a ser alvo de operações de limpeza, casos das paragens de autocarro e de táxis e dos mercados municipais.
Já em Hong Kong, confirma-se o caso de um homem de 39 anos que tinha visitado Wuhan e que, segundo a secretária da Saúde de Hong Kong, Sophia Chan, é “altamente suspeito” de ter contraído o vírus. As autoridades montaram ainda uma linha telefónica de emergência para atender pessoas que tenham estado no mesmo comboio em que o possível paciente viajou já em território de Hong Kong.
Brasil investiga, Portugal alerta
Fora da China, foram ainda confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e nos Estados Unidos. Todos os pacientes estiveram em Wuhan. Vários países com ligações aéreas directas ou indirectas a Wuhan estão por isso a efectuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.
O Governo português, por seu turno, alertou nesta quarta-feira os cidadãos que viagem para a China e zonas próximas que se informem sobre a evolução do vírus e recomendou a turistas e residentes que se registem ou inscrevam no consulado, segundo a Agência Lusa.
“Aos viajantes, em especial aos que se desloquem à China e regiões limítrofes, recomenda-se que estejam devidamente informados sobre a evolução da situação e permaneçam atentos aos comunicados publicados nos portais da Direcção-Geral da Saúde, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e da Organização Mundial da Saúde”, avisa o Ministério dos Negócios Estrangeiros através do portal das comunidades portuguesas.
No Brasil, as autoridades investigam um caso suspeito em Minas Gerais, avança o portal de notícias G1, da Globo. De acordo com uma nota divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde mineira, a possível paciente, uma mulher brasileira de 35 anos, regressou de Xangai a 18 de Janeiro. Apesar de ter garantido que não esteve na região de Wuhan, a mulher apresentava sintomas respiratórios compatíveis com a doença e foi transportada para o Hospital Estadual de Menezes, em Belo Horizonte, onde está sob observação e a aguardar testes que validem ou afastem a hipótese de infecção pelo novo coronavírus. Com Lusa