Sem estabilidade laboral vai ser difícil pôr portugueses a ter mais filhos

Ter poucos filhos será cada vez mais “aceitável, legítimo e desejável”, segundo especialistas em demografia. Apesar disso, é possível atenuar a discrepância entre os filhos que os portugueses desejam ter e os que efectivamente têm. Para tal, era preciso que os apoios não se limitassem aos primeiros anos de vida das crianças.

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Jornadas de trabalho longas e pouco flexíveis são inimigas da natalidade Nelson Garrido

Segurança e estabilidade laboral. Salários condignos. Creches pagas, bons transportes, boas habitações, proximidade dos avós, apoios económicos que não se eclipsem ao fim dos primeiros anos de vida da criança. A receita para conseguir desacelerar a quebra na natalidade em Portugal foi há muito prescrita. Para os especialistas, não será possível conseguir que os portugueses tenham mais filhos enquanto o país persistir numa cultura de trabalho intensiva, com jornadas longas e horários tardios, em que, como descreve a socióloga Vanessa Cunha, os pais “se continuam a sentir fortemente culpabilizados e censurados por terem de faltar e de gozar as licenças a que têm direito”.

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Segurança e estabilidade laboral. Salários condignos. Creches pagas, bons transportes, boas habitações, proximidade dos avós, apoios económicos que não se eclipsem ao fim dos primeiros anos de vida da criança. A receita para conseguir desacelerar a quebra na natalidade em Portugal foi há muito prescrita. Para os especialistas, não será possível conseguir que os portugueses tenham mais filhos enquanto o país persistir numa cultura de trabalho intensiva, com jornadas longas e horários tardios, em que, como descreve a socióloga Vanessa Cunha, os pais “se continuam a sentir fortemente culpabilizados e censurados por terem de faltar e de gozar as licenças a que têm direito”.