Duas entrevistas

Não poderia haver um contraste maior entre a entrevista de Merkel ao Financial Times e a que Macron deu à Economist há dois meses.

1. Numa longa entrevista ao Financial Times, a chanceler Angela Merkel reafirma a sua convicção de sempre sobre a importância vital da União Europeia (e da NATO) para a Alemanha e os desafios que se colocam ao seu país nos próximos tempos. Como sempre, Merkel não parte a louça, nem sai do registo calmo e ponderado que é a sua imagem de marca. Define a saída do Reino Unido como um “alerta”, não tanto para os riscos de desagregação e de enfraquecimento da União Europeia (não fala disso), mas sobretudo para o facto de a economia britânica, liberta de constrangimentos europeus, poder tornar-se mais competitiva ou, por outras palavras, rival das economias continentais, nomeadamente da alemã. Mas tem resposta para o desafio: isso obrigará a Europa continental a um esforço suplementar, que lhe permita ganhos de competitividade para não perder a corrida. Como? Através da criação de um mercado único digital, da conclusão da união bancária (admitindo que a Alemanha se opõe “um bocadinho” ao seu terceiro pilar, do mecanismo comum de resolução), com uma política industrial mais activa, que permita à Europa produzir bens de alta tecnologia que hoje importa da Ásia ou da América.

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1. Numa longa entrevista ao Financial Times, a chanceler Angela Merkel reafirma a sua convicção de sempre sobre a importância vital da União Europeia (e da NATO) para a Alemanha e os desafios que se colocam ao seu país nos próximos tempos. Como sempre, Merkel não parte a louça, nem sai do registo calmo e ponderado que é a sua imagem de marca. Define a saída do Reino Unido como um “alerta”, não tanto para os riscos de desagregação e de enfraquecimento da União Europeia (não fala disso), mas sobretudo para o facto de a economia britânica, liberta de constrangimentos europeus, poder tornar-se mais competitiva ou, por outras palavras, rival das economias continentais, nomeadamente da alemã. Mas tem resposta para o desafio: isso obrigará a Europa continental a um esforço suplementar, que lhe permita ganhos de competitividade para não perder a corrida. Como? Através da criação de um mercado único digital, da conclusão da união bancária (admitindo que a Alemanha se opõe “um bocadinho” ao seu terceiro pilar, do mecanismo comum de resolução), com uma política industrial mais activa, que permita à Europa produzir bens de alta tecnologia que hoje importa da Ásia ou da América.