Irão continua a recusar partilhar caixas negras do avião que derrubou

No sábado, houve notícias que diziam que Teerão iria enviar os registos do voo da Ukrainian Airlines para Kiev.

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Corpos das vítimas ucranianas do acidente começaram a regressar a Kiev EPA

O Irão negou que estivesse a pensar enviar para Kiev as caixas negras do avião da Ukrainian Airlines que os seus militares abateram em Teerão para que sejam submetidas a análises adicionais. Teerão pretende analisar por si os registos de voo e dos diálogos dos pilotos.

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O Irão negou que estivesse a pensar enviar para Kiev as caixas negras do avião da Ukrainian Airlines que os seus militares abateram em Teerão para que sejam submetidas a análises adicionais. Teerão pretende analisar por si os registos de voo e dos diálogos dos pilotos.

O Canadá, que tinha 57 cidadãos a bordo do voo abatido a 8 de Janeiro, disse este domingo que ainda não há planos confirmados para poder ter acesso a estes registos, diz a Reuters. Outros países cujos cidadãos morreram quando o avião foi derrubado pela defesa anti-aérea de Teerão, que julgou estar sob ataque norte-americano, solicitaram o envio dessa informação. 

Citado pela agência de informação iraniana IRNA, o chefe da investigação, Hassan Rezaeifar, afirmou que os registos do voo estão na posse do Irão, que tenta recuperar dados e gravações da cabine de voo. “Se não conseguirmos, as nossas opções são a Ucrânia e a França, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão até agora para enviar os registos para nenhum outro país”, afirmou.

No sábado, no entanto, Rezaifar tinha sido citado por outra agência noticiosa iraniana, a Tasnim, dizendo que as caixas negras não podiam ser descodificadas e que seriam enviadas para Kiev, atendendo aos repetidos pedidos da Ucrânia. 

O Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines despenhou-se no passado dia 8 nos arredores de Teerão, causando a morte de todas as 176 pessoas a bordo, 82 dos quais iranianos. O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

O Presidente iraniano, Hassan Rohani, prometeu “uma investigação completa” do que considerou um “erro imperdoável”. O abate do avião provocou protestos na rua contra o regime, depois de uma primeira vaga de reforço em torno do regime, devido ao choque do assassínio de Soleimani, na prática o número 2 do regime, e extremamente popular não só no Irão como no mundo xiita. Esta semana foram feitas prisões relacionadas com o incidente, das quais se sabe muito pouco.