Feirense critica violência após jogo com Oliveirense. GNR fala em reacção “desproporcionada” de adeptos
Segundo a GNR, um adepto teve ordem de detenção depois de ter agredido um militar e se ter recusado a descer do gradeamento do estádio. “Carga policial apanhou toda a gente de surpresa”, diz o Feirense.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) reagiu este domingo a um comunicado da SAD do Feirense, justificando a carga policial contra os adeptos no final do jogo de sábado com a Oliveirense, no Estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis.
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A Guarda Nacional Republicana (GNR) reagiu este domingo a um comunicado da SAD do Feirense, justificando a carga policial contra os adeptos no final do jogo de sábado com a Oliveirense, no Estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis.
Num comunicado divulgado sábado, a SAD do Feirense condenava “de forma veemente” os actos “de violência” registados no final da partida. “A Guarda Nacional Republicana carregou sobre os nossos adeptos, sem que nada o justificasse, causando o pânico entre os presentes, incluindo mulheres e crianças”, lê-se no texto, acompanhado por quatro fotografias de dois dos adeptos alegadamente agredidos pela polícia.
O clube dizia ainda que “tudo” faria para apurar “as devidas responsabilidades”, mostrando-se ainda “solidário” com os adeptos, “nomeadamente aqueles que tiveram de receber assistência hospitalar”.
Ao início da tarde de domingo, por seu turno, a GNR emitiu uma nota de esclarecimento em que dá a sua versão dos acontecimentos ocorridos no final deste jogo da II Liga portuguesa de futebol, que terminou num empate a 1-1.
Depois de uma primeira situação de alarme para as forças de segurança no momento do golo do Feirense, em que a GNR formou um cordão de segurança, foi já no final do jogo, por altura de um penálti falhado pelo Feirense, que alguns adeptos deste clube “treparam, violentamente, o gradeamento de metal, injuriando, incentivando à violência e cuspindo nos adeptos adversários, entre os quais menores e idosos”, refere-se, em comunicado.
Formado novo cordão de segurança, um dos adeptos “recusou-se a descer do gradeamento”, sendo interpelado por um militar da GNR. “Este adepto tomou uma atitude violenta, empurrando o elemento da força de segurança, proferindo ameaças e expressões injuriosas” e agredindo “com socos no peito e braços” outro militar que o abordou.
A nota da GNR descreve que é na sequência de ter sido dada voz de detenção ao adepto em causa que a confusão aumenta, “tendo sido indispensável utilizar a força estritamente necessária para encaminhar o ora detido para fora da zona onde se encontravam os restantes adeptos que reagiram desproporcionadamente”. Por esta altura, foram accionadas duas equipas do Destacamento de Intervenção que se encontravam de reserva.
Ricardo Vasconcelos, director de comunicação da SAD do Feirense, esclarece ao PÚBLICO que não teve conhecimento de que um adepto tinha tido ordem de detenção. A versão que os adeptos transmitiram foi diferente: “Houve um adepto que se desequilibrou e foi contra um polícia”, explica, tendo começado aí a confusão. Descreve que as bancadas dos clubes estavam “separadas apenas por um acrílico” e que havia polícias apenas do lado do Feirense, e não junto aos adeptos da casa.
O dirigente sublinha a violência com que os adeptos foram tratados, com duas pessoas assistidas no local e três feridos que tiveram que ir para o hospital, um dos quais com “costelas partidas e hematomas”. De acordo com os relatos que motivaram o comunicado da SAD do Feirense, “a carga policial apanhou toda a gente de surpresa”.
Os militares, por sua vez, referem ainda que “foi prestado todo o auxílio médico aos adeptos que apresentavam ferimentos ligeiros, registando-se apenas tratamento a um adepto com dores nas costas, que foi encaminhado para o Hospital de Santa Maria da Feira, assim como a devida assistência ao adepto detido”.