Norte-americanos elegem Portugal como o melhor país para gozar a reforma

Os custos de vida, as oportunidades de trabalho, o clima e as pessoas são alguns dos factores que fazem com que muitos cidadãos escolham Portugal para passar a reforma. Um casal norte-americano revela que “gasta muito menos” em quase tudo desde que fez a mudança.

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A lista foi criada há 41 anos e é elaborada com base na experiência dos expatriados Diogo Baptista

Na hora de escolher o país onde vão passar os últimos anos das suas vidas, os cidadãos norte-americanos não tiveram dúvidas: Portugal é o melhor país para se aposentar depois de uma vida de trabalho. Todos os anos, a revista International Living (IL) — que além de publicação mensal já se tornou numa espécie de comunidade para expatriados — elege o top dez de países para ter uma reforma feliz, barata e lucrativa. Na lista deste ano, Portugal ocupa a primeira posição.

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Na hora de escolher o país onde vão passar os últimos anos das suas vidas, os cidadãos norte-americanos não tiveram dúvidas: Portugal é o melhor país para se aposentar depois de uma vida de trabalho. Todos os anos, a revista International Living (IL) — que além de publicação mensal já se tornou numa espécie de comunidade para expatriados — elege o top dez de países para ter uma reforma feliz, barata e lucrativa. Na lista deste ano, Portugal ocupa a primeira posição.

De acordo com a publicação, o Índice de Aposentação "é a pesquisa mais abrangente e aprofundada deste género” e “é a melhor maneira para explorar a riqueza de oportunidades que o mundo oferece”. A elaboração desta lista envolve uma equipa que está espalhada pelos cinco continentes e a metodologia é melhorada de ano para ano. “Uma grande quantidade de dados físicos entra para o Índice. É uma espécie de destilação de todos os factos pertinentes e mensuráveis sobre os países e representa a experiência de todos os expatriados que contribuíram para a International Living desde a publicação da primeira edição, há 41 anos”, lê-se no artigo que divulga os resultados deste ano.

Para as contas da equipa entram vários factores, entre eles a habitação (o valor dos imóveis é importante, tal como a facilidade em comprar ou alugar casa), os custos de vida (de acordo com a revista, “um país precisa de ser acessível para ser um óptimo local para se aposentar"), a qualidade dos serviços médicos, o clima ou as oportunidades de emprego, isto porque, apesar da reforma, o expatriado pode ter “um projecto comercial que gostaria de pôr em prática” ou “pode estar a pensar em aumentar os rendimentos com outro trabalho”.

Mas há mais. Os benefícios que os países oferecem (por exemplo, descontos nos transportes e electricidade para reformados), a facilidade em obter um visto de residência, o desenvolvimento do país (se há liberdade, se é um país seguro, se o Governo é estável) e o sentimento de “se sentir em casa” também são pesos na balança na hora de escolher um destino.

Nas restantes posições desta lista constam o Vietname (em 10.º lugar), França (9.º), Espanha (8.º), Malásia (7.º), Equador (6.º), Colômbia (5.º), México (4.º), Costa Rica (3.º) e o Panamá (2.º).

"Custo de vida extremamente acessível"

Segundo a correspondente da IL em Portugal, não é uma surpresa que o país tenha obtido a melhor pontuação. Tricia Pimental, cidadã norte-americana que vive em Portugal há sete anos, destaca como factores positivos “o povo gracioso e gentil, a capital movimentada, o sol brilhante, as praias tentadoras e os vales verdejantes”, que são atraentes para “um número crescente de pessoas”. Além de um território repleto de história e cultura, um clima agradável e a segurança, um dos factores que pesaram na decisão da cidadã norte-americana foi “o custo de vida extremamente acessível”.

A colaboradora da revista publicita Portugal como “o segundo país mais barato da Europa”. “Eu e o meu marido descobrimos que gastamos cerca de um terço do que gastaríamos se vivêssemos nos Estados Unidos”, refere, exemplificando: “um almoço simples com sopa, prato principal, bebida, sobremesa e café custa cerca dez dólares (quase nove euros). “Podemos viver de forma confortável, e não extravagante, com cerca de 2500 dólares por mês (2245 euros)”, diz Tricia, avisando que se o expatriado escolher viver no Porto, Lisboa, ou “num dos paraísos de praia dos expatriados”, como Cascais ou algures no Algarve, este valor terá de ser aumentado para 3000 dólares (2245 euros).

Em entrevista ao Business Insider, este casal revela que vive em Portugal (algures entre Castelo Branco e o Fundão) de forma confortável com um orçamento mensal de pouco mais de 2100 euros. Keith e Tricia Pimental afirmam que pagam cerca de 750€ pela renda de um T3, 200€ pelos serviços (como internet e televisão, gás, água, electricidade e contratos telefónicos), 450€ em despesas de alimentação, 100€ em jantares e actividades culturais, 50€ num serviço de limpeza para a sua habitação, cerca de 100€ num seguro de saúde, 250€ em transportes (o casal possui um carro e não utiliza transportes públicos) e cerca 200€ em despesas variadas.

“Moramos numa área fora dos grandes centros, o que reduz o custo da moradia”, disse Tricia ao site norte-americano, revelando também que tem um plano para dois telemóveis, internet de alta velocidade e canais por cabo por aproximadamente 99 euros, um valor “muito abaixo” do que o que pagariam por um serviço semelhante nos EUA. Em termos de necessidades domésticas, Tricia avança que as contas variam de mês para mês, mas que normalmente a conta da água fica por 20 euros, a do gás por 30 euros e a electricidade por 45 euros.

Ainda que não consiga calcular as diferenças exactas dos custos de vida entre os dois países, o casal diz que passou a gastar menos “em praticamente tudo” quando decidiu passar a sua reforma em Portugal.