Rui Rio: entendimentos com Chega só se o partido “se for moderando”
Apesar do perfil populista e de algumas posições extremistas, Rui Rio tem dificuldade em classificar o Chega de extrema-direita.
O presidente do PSD, Rui Rio, considerou nesta sexta-feira, que é “um bocadinho” exagerado dizer que o Chega é de extrema-direita ou fascista e remeteu uma decisão sobre entendimentos futuros com o partido de André Ventura para o momento em que se coloque, de forma real, a necessidade de fazer coligações. Mas também avisou que só terá abertura para isso se o partido se moderar.
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O presidente do PSD, Rui Rio, considerou nesta sexta-feira, que é “um bocadinho” exagerado dizer que o Chega é de extrema-direita ou fascista e remeteu uma decisão sobre entendimentos futuros com o partido de André Ventura para o momento em que se coloque, de forma real, a necessidade de fazer coligações. Mas também avisou que só terá abertura para isso se o partido se moderar.
“O Chega é muito jovem, só tem um deputado, é muito difícil perceber o que vai ser dentro de um ano ou dois (...) Acho que é um bocadinho exagerado classificarmos o Chega de fascista ou de extrema-direita. Tem algumas posições extremistas e de perfil populista, se forem ganhando peso no Chega não será possível entendimentos com o PSD, se se forem moderando penso que sim”, disse numa entrevista à TSF gravada ao início da tarde de quinta-feira.
O líder do PSD também defendeu que será “muitíssimo mais fácil” o partido chegar ao poder se for ele a vencer as directas no sábado e promete preparar “um sucessor” que possa vir a ser primeiro-ministro, se não o conseguir. “Se eu ganhar as eleições e, ainda assim, não conseguir chegar a primeiro-ministro, eu tenho, o partido tem, de fazer em paralelo um trajecto em que faça emergir aquele que deve ser o meu sucessor para chegar ao poder. Se eu chegar, a questão não se põe”, afirmou o também recandidato à liderança, em entrevista à TSF.
Rui Rio diz não ter esse nome na cabeça e reconhece que são hoje menos as figuras destacadas do PSD do que há 20 anos: “Não há um leque de escolha brutal, mas há alguns, e outros que estão numa segunda linha e em que é preciso reparar para ver se chegam a patamar de primeira linha”, afirmou.
“Eu acho que é muitíssimo mais fácil o PSD chegar ao poder se eu ganhar as eleições de sábado do que se não ganhar. Se isso não fosse para mim evidente, também não estava a candidatar”, afirmou.
O líder do PSD lamentou os constantes “sobressaltos e obstáculos internos” que considera terem acontecido durante o seu primeiro mandato, mas considerou que a oposição interna não o desgastou só a si ou ao partido, mas também a quem a fez.
“Estou convencido que depois desta eleição, se ganhar, o partido já está mais apto e consciente para censurar os que ainda possam tentar boicotar a direcção”, afirmou, avisando que o PSD “não terá grande futuro” se uma parte do partido insistir em não respeitar as decisões das eleições internas.
Sobre a polémica das quotas na Madeira - o PSD-Madeira insiste que poderão votar 2.500 militantes, enquanto a secretaria-regional apenas regista 104 militantes com quotas em dia à luz dos novos regulamentos -, o presidente do PSD reiterou que “as regras têm de ser iguais para todos”, mas remeteu a decisão para o Conselho Nacional de Jurisdição ou, em última instância, para o Tribunal Constitucional.
“Se surgirem 2.500 votos na Madeira, aquele que aceitar esse caderno ilegal está a usurpar os direitos dos 104 que legitimamente podiam votar (...) A consequência que me parece mais evidente é que não pode contar nada”, afirmou.
O presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o actual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz são os três candidatos que disputam no sábado a presidência do partido em eleições directas. Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.
O 38.º Congresso do PSD realiza-se entre 7 e 9 de Fevereiro em Viana do Castelo.