A 20.ª maior venda do Benfica é a compra mais cara do Espanyol

Raúl de Tomás foi apresentado como reforço do Espanyol, a troco de 20 milhões de euros. “Perdi parte da minha essência em Portugal”, confessou o avançado.

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Para o Benfica, é um problema resolvido sem perdas aparentes; para o Espanyol, é uma aposta forte para evitar a descida de divisão. Na verdade, a contratação de Raúl de Tomás é mais do que uma aposta forte, é o maior investimento de sempre dos catalães, que, ao despenderem 20 milhões de euros no imediato no avançado espanhol, ultrapassaram em 7,5 milhões o recorde que representou, em 2017-18, a chegada do central Mario Hermoso.

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Para o Benfica, é um problema resolvido sem perdas aparentes; para o Espanyol, é uma aposta forte para evitar a descida de divisão. Na verdade, a contratação de Raúl de Tomás é mais do que uma aposta forte, é o maior investimento de sempre dos catalães, que, ao despenderem 20 milhões de euros no imediato no avançado espanhol, ultrapassaram em 7,5 milhões o recorde que representou, em 2017-18, a chegada do central Mario Hermoso.

Na perspectiva de um clube que acaba de gastar 20 milhões de euros num reforço de Inverno (o alemão Julian Weigl), a colocação no mercado, pelo mesmo valor da compra, de um activo que estava a sentir francas dificuldades em impor-se na Luz, acaba por ser uma manobra de sucesso. Não só porque recupera o investimento (que pode ainda chegar aos 22 milhões em função de algumas variáveis), mantendo ainda o direito a receber 20% da mais-valia obtida numa futura transferência, mas também porque abre espaço para uma solução diferente no plantel e evita um potencial mal-estar.

De resto, esta não é a primeira vez que o Benfica resolve um caso aparentemente bicudo. Aconteceu algo de parecido em 2011 com o guarda-redes espanhol Roberto Jiménez: depois de uma época desastrosa em Portugal, os “encarnados” recuperaram os 8,5 milhões investidos num negócio rocambolesco com o Saragoça, que acabou por ruir e se traduziu numa venda definitiva, em 2013, ao Atlético de Madrid, por seis milhões de euros. 

Tendo em conta a máquina de vendas em que as “águias” se transformaram nos últimos anos, este negócio atira Raúl de Tomás para um modesto 20.º lugar no ranking das maiores transferências do clube, a par do médio André Gomes.

Do lado contrário, porém, representa um esforço financeiro considerável de um Espanyol que tem aproveitado uma parte significativa das vendas que tem feito para abater dívida. Neste caso, rompeu com essa lógica para procurar sair da cauda da classificação na Liga espanhola, apostando num reforço que tem provas dadas no país (38 golos em 66 jogos no Rayo Vallecano, 15 golos em 39 jogos no Valladolid) e que dispensará um período de adaptação.

“Sei a responsabilidade que tenho, estou consciente [do valor da transferência] e não tenho problemas em aceitá-lo. Perdi parte da minha essência nestes meses em Portugal, mas ao falar com os responsáveis do Espanyol recuperei a vontade e a motivação. Assumo a responsabilidade de ser um jogador com peso para atingirmos o objectivo”, afirmou De Tomás, durante a conferência de imprensa de apresentação.

Aos 25 anos, o avançado que, de acordo com o Benfica, “teve quatro clubes espanhóis a manifestarem interesse na sua contratação”, volta a “casa” para um desafio diferente melhor. “Foi o melhor para mim e para o clube”, resumiu.