Mais uma demissão na Direcção-Geral das Artes

A subdirectora do organismo, Ana Senha, saiu “por motivos pessoais”. Américo Rodrigues, que está em funções há menos de um ano, é o quinto director desde 2015.

Foto

A mudança de cadeiras na Direcção-Geral das Artes (DGArtes), que desde 2015 já passou por cinco directores, não dá sinais de abrandar: desta vez, foi a subdirectora do organismo, Ana Senha, a pedir a demissão. Contactada pelo PÚBLICO, esta jurista que chegou à DGArtes em 2016, vinda da EGEAC, escusou-se a prestar declarações, adiantando apenas que a sua decisão se deve a “motivos pessoais”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A mudança de cadeiras na Direcção-Geral das Artes (DGArtes), que desde 2015 já passou por cinco directores, não dá sinais de abrandar: desta vez, foi a subdirectora do organismo, Ana Senha, a pedir a demissão. Contactada pelo PÚBLICO, esta jurista que chegou à DGArtes em 2016, vinda da EGEAC, escusou-se a prestar declarações, adiantando apenas que a sua decisão se deve a “motivos pessoais”.

Lembrando que Ana Senha não foi uma escolha sua​, o director-geral das Artes, Américo Rodrigues, limita-se a dizer que a demissão aconteceu “a pedido da própria” e foi “prontamente aceite” pela ministra da Cultura, Graça Fonseca. O número um da DGArtes, que tomou posse há menos de um ano após uma atribulada sucessão de demissões, não quis comentar a existência de tensões internas no organismo, admitindo porém que essa “é uma leitura possível”. A instabilidade tem marcado, de resto, a vida recente deste organismo central do Ministério da Cultura, que tem a seu cargo, entre outras atribuições, o financiamento da criação artística: o actual director-geral das Artes sucedeu em Fevereiro de 2019 a Sílvia Belo Câmara, que por sua vez sucedera em Maio de 2018 a Paula Varanda.

Demitida pelo então ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes na sequência de uma situação de incompatibilidade denunciada pelo programa da RTP Sexta às Nove, Paula Varanda fora a escolha do anterior Governo de António Costa para substituir o último director-geral das Artes nomeado pelo executivo de Passos Coelho, Carlos Moura-Carvalho, que também não chegou a cumprir um ano à frente da DGArtes. Pelo meio, houve ainda uma nomeação falhada, a de Susana Graça, que a ministra da Cultura Graça Fonseca indicou a 25 de Janeiro do ano passado como sucessora de Sílvia Belo Câmara, para horas depois reverter a decisão, após tomar conhecimento da existência de um processo judicial da nomeada contra a entidade que iria dirigir.

Tal como Américo Rodrigues, todos os seus antecessores mais recentes à excepção de Carlos Moura-Carvalho exerceram funções em regime de substituição. De acordo com o gabinete de Graça Fonseca, a abertura do prometido concurso para o preenchimento do cargo terá lugar “oportunamente”, assim como a nomeação de um novo subdirector.

Notícia corrigida para precisar que Carlos Moura-Carvalho foi nomeado director-geral das Artes por concurso público