Inflação recupera na zona euro, Portugal com o valor mais baixo
Tendência de aceleração de preços na zona euro reduz necessidade de novas intervenções por parte do BCE para evitar inflação considerada demasiado baixa
A taxa de inflação na zona euro registou, no passado mês de Dezembro, uma subida para 1,3%, um resultado que aproxima o indicador dos níveis desejados pelo Banco Central Europeu (BCE). Entre os países da zona euro, Portugal é neste momento aquele que apresenta uma taxa de inflação mais baixa.
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A taxa de inflação na zona euro registou, no passado mês de Dezembro, uma subida para 1,3%, um resultado que aproxima o indicador dos níveis desejados pelo Banco Central Europeu (BCE). Entre os países da zona euro, Portugal é neste momento aquele que apresenta uma taxa de inflação mais baixa.
De acordo com a estimativa rápida para Dezembro divulgada esta terça-feira pelo Eurostat, a taxa de inflação homóloga na zona euro passou de 1% em Novembro para 1,3% em Dezembro, mantendo o ritmo de aceleração dos preços que se está a registar desde que, em Outubro, foi atingida uma taxa de inflação mínima de 0,7%.
O valor agora registado ainda está longe da meta definida pelo BCE, que é de uma inflação “abaixo mas próxima de 2%. Ainda assim constitui uma aproximação deste indicador, algo que poderá reduzir a necessidade da autoridade monetária de aplicar novas medidas expansionistas.
Antes de ser substituído por Christine Lagarde à frente do banco central, Mario Draghi anunciou uma nova descida da taxa de juro de depósito, para -0,5%, e reiniciou o programa de compras líquidas de dívida pública, uma medida que motivou críticas públicas de alguns membros do conselho de governadores do BCE.
A subida da inflação registada em Dezembro teve o contributo decisivo dos preços dos bens energéticos, que registaram uma subida em termos homólogos de 0,2%, quando em Novembro tinham caído 3,2%. Quando se olha para a taxa de inflação que exclui os bens com preços mais voláteis - os energéticos, a alimentação, o álcool e o tabaco – a taxa de inflação não subiu face a Novembro, mantendo-se em 1,3%.
Este indicador é bastante importante na análise do BCE, já que dá uma indicação mais precisa, retirando factores temporários como a crise EUA-Irão, da forma como estão a evoluir as expectativas de inflação entre os consumidores e empresas europeias.
Portugal com o valor mais baixo
Os números do Eurostat, que agregam os dados divulgados ao longo dos últimos dias pelos diversos institutos de estatística nacionais, mostram que a subida da inflação em Dezembro se verificou na generalidade dos países da zona euro.
Em Portugal, a subida registada na taxa de inflação homóloga harmonizada – de 0,2% para 0,4% - não impediu contudo que o país passasse a ser, de forma isolada, aquele que na zona euro regista uma variação de preços mais pequena. Em Novembro, Portugal estava acompanhado pela Itália nesta classificação. Mas como a inflação italiana subiu em Dezembro um pouco mais, para 0,5%, a distinção passou a pertencer somente a Portugal.
Ainda assim, tem sido notória, desde que em Julho se registou um mínimo de -0,7% no valor da taxa de inflação, a tendência para uma recuperação progressiva deste indicador, que voltou a ser positivo em Novembro e agora subiu para 0,4%. Este último valor é também uma estimativa inicial, que já tinha sido divulgada pelo INE na semana passada.
Na Alemanha, a taxa de inflação homóloga subiu em Dezembro de 1,2% para 1,5%, em França a subida foi de 1,2% para 1,6% e em Espanha de 0,5% para 0,8%.