Trump poderá ser acusado criminalmente se os Estados Unidos atacarem património iraniano
À luz das convenções internacionais o Presidente norte-americano deverá ser responsabilizado caso os EUA venham a destruir propriedade cultural no Irão. Colocar na mira bens patrimoniais sem qualquer objectivo militar é um crime de guerra.
As recentes ameaças do Presidente norte-americano de vir a eleger como alvos bens patrimoniais do Irão no caso de um conflito armado trazem de imediato à memória os talibans que destruíram os monumentais budas de Bamiyan em 2001, os raids contra edifícios religiosos milenares em Tombuctu e Gao a partir de 2012 e a acção sistemática do Daesh contra as cidades históricas de Palmira (Síria), Nimrud e Hatra (ambas no Iraque), depois de uma entrada desastrosa num dos principais museus arqueológicos do país, o de Mossul (a partir de 2015). A diferença fundamental entre a tentativa de intimidação de Donald Trump e os ataques citados reside no facto de a primeira partir de um chefe de Estado de um país democrático, o chamado “líder do mundo livre”, e os segundos serem da responsabilidade de grupos extremistas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As recentes ameaças do Presidente norte-americano de vir a eleger como alvos bens patrimoniais do Irão no caso de um conflito armado trazem de imediato à memória os talibans que destruíram os monumentais budas de Bamiyan em 2001, os raids contra edifícios religiosos milenares em Tombuctu e Gao a partir de 2012 e a acção sistemática do Daesh contra as cidades históricas de Palmira (Síria), Nimrud e Hatra (ambas no Iraque), depois de uma entrada desastrosa num dos principais museus arqueológicos do país, o de Mossul (a partir de 2015). A diferença fundamental entre a tentativa de intimidação de Donald Trump e os ataques citados reside no facto de a primeira partir de um chefe de Estado de um país democrático, o chamado “líder do mundo livre”, e os segundos serem da responsabilidade de grupos extremistas.